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LISBOICES:  Pela janela

LISBOICES: Pela janela

No meu apartamento do Brasil, a questão roupas penduradas na janela sempre foi motivo de desentendimentos. É engraçado como nós, brasileiros, sempre relacionamos os varais para fora das janelas com cortiço ou favela.

Presenciei várias discussões sobre essa conduta onde vivi. As pessoas acreditam que roupa pendurada na janela desvaloriza o imóvel, diminuem o “chic”, vulgarizam etc.

Bem, isso é o nosso costume. Aliás, roupas ou outras coisas dispostas na janela de um edifício podem render uma boa multa a quem o faz.

É engraçado como isso é uma questão cultural. Aqui em Portugal, e de uma maneira geral na Europa, o lugar para pendurar roupas é exatamente para fora de casa. Se você tem uma varanda até pode pendurá-las nela em varal de chão desmontável, mas a maioria o faz para fora de casa mesmo.

Mas, como nem todo apartamento tem varanda, então o jeito é pendurar no varal do lado de fora. É estranho para um estrangeiro, mas muito comum para um europeu.

E não fica só nisso. Uma vez na Espanha, vi uma senhora abrir a janela e sacudir o tapete. Fiquei chocado pois essa conduta seria totalmente inaceitável no Brasil. Mas aqui em Portugal observo da minha janela que as pessoas não têm cerimônia alguma em fazer o mesmo.

O mais engraçado, para quem chega de fora, é observar que não há constrangimento algum nas peças que são penduradas: calcinhas, cuecas, sutiãs e assim vai. É tão natural!

 

Sobre Eduardo Gregori

Eduardo Gregori é jornalista formado pela Pontifícia Católica de Campinas. Nasceu em Belo Horizonte e por 30 anos viveu em Campinas, onde trabalhou na Rede Anhanguera de Comunicação. Atualmente é editor do blog de viagens Eu Por Aí (www.euporai.com.br) e vive em Portugal

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