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Em início de temporada pelo interior de São Paulo, a montagem “Dragão de Fogo” estreará no Teatro do Sesc Campinas em duas sessões: domingo, dia 26 de março, e em 2 de abril, às 16 horas. Em abril, essa fábula direcionada a todas as idades ainda estará em cartaz em outros espaços culturais de Campinas e de Americana.
Fomentado por seleção no edital Produção de Espetáculo Inédito de Artes Cênicas, concedido pelo ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo), o espetáculo O Dragão de Fogo chega à cena a partir da somatória de inúmeros talentos. Coordenado pela produtora SIM! Cultura, radicada em Barão Geraldo, a montagem conta com nomes celebrados do teatro brasileiro: os atores (Eduardo Okamoto, Esio Magalhães e Luciana Mizutani), o diretor (Marcelo Lazzaratto), o dramaturgo (Cássio Pires), a direção musical (Marcelo Onofri), o cenógrafo (Alan Chu) e o figurinista (Fause Haten). Detalhe: a equipe possui um vasto currículo, inclusive com indicações e premiações diversas, entre as quais os prestigiosos APCA e Shell.
O embrião do espetáculo nasceu a partir de uma inquietação do protagonista. Eduardo Okamoto sempre desejou passear por uma encenação dedicada a todos os públicos, inclusive às crianças. Na infância, recorda-se, foi um espectador assíduo. Em 2017, após saborear a paternidade e refletir sobre o teatro para a infância e a juventude, sentiu que o momento chegou. “Minha preocupação maior foi a de não ´infantilizar a infância´, como muitos espetáculos dedicados a esse público fazem, ou seja, não trabalhar com facilitações”, avalia o ator.
Para contar as aventuras de Shun Li, a montagem se rende ao encontro das artes proposto pela Ópera de Pequim (estilo teatral chinês). Sendo assim, em cena há a mistura de música, luta e teatro. “A Ópera vem como uma inspiração e não como uma imitação. No espetáculo, além da musicalidade, a gestualidade dos atores é muito presente, como no teatro chinês. Na cena, existe a clara condução gestual inspirada nas artes marciais, em nosso caso o kung fu, que é um dos aspectos da Ópera de Pequim”, destaca Marcelo Lazzaratto, o diretor.
O espectador antenado perceberá uma sintonia entre a inspiração da montagem e a identidade de encenação dos intérpretes. Afinal, o mesmo valor dado à corporeidade do ator, tão presente na Ópera de Pequim, também está impresso em diversas montagens de Eduardo Okamoto (destaque a Eldorado e a Recusa) e ainda no trabalho dos demais atores: Esio Magalhães se tornou conhecido pela pesquisa sobre a arte do palhaço brasileiro, já Luciana Mizutani é campeã paulista e vice-campeã brasileira em diferentes modalidades de kung fu. Não por acaso, a atriz também assina a preparação dos atores com relação às artes marciais, além do desenho de movimento do espetáculo.
Apesar de ser um exímio desenhista e ter compulsão por criar figuras a todo tempo, não há nenhum desenho feito a lápis ou no papel por Shun Li durante o espetáculo. As imagens tomam forma em outro espaço. “Ao invés de me apoiar em tantas outras ferramentas disponíveis e boas, como a tecnologia, resolvi apostar que todas as imagens estariam propostas no jogo dos atores. Foi assim que me surgiu o conceito de que todos os desenhos sugeridos na peça seriam construídos por esses corpos, desenhando o espaço e a cena”, explica o diretor.
A dramaturgia – Inspirada numa lenda popular chinesa, que chegou às mãos do autor há mais de 10 anos, a montagem O Dragão de Fogo conduz o espectador às aventuras saboreadas por Shun Li, um menino de sete anos. Apesar de ser desenhista e não um guerreiro, o garotinho é lançado a uma grande prova de fogo: salvar a aldeia onde mora, ameaçada por um dragão recém-desperto de uma soneca de séculos. Nessa batalha, além de se reencontrar consigo mesmo e com a esperança concedida por todos os aldeões, Shun Li conquistará a amizade de um fiel escudeiro: um hilário rato.
“Essa história fala de muitas coisas: o ato criador, a necessidade de renovação, mas também sobre o significado da tradição, o sentido de comunidade e o rito de passagem. Shun Li é um no começo da história e, ao seu término, é outro, ainda um menino, mas amadurecido e transformado. Gosto de pensar também que o dragão não é um ‘vilão’, ainda que a princípio se pareça com um. Ele é uma metáfora da destruição inevitável de tudo. Pela importância que acabei dando para a relação entre Shun Li e o rato, acho que essa acabou se tornando uma peça também sobre a amizade”, destaca Cássio Pires.
SAIBA MAIS
O quê: Estreia da montagem O Dragão de Fogo
Quando: 26/3 (domingo) e 2/4 (domingo), às 16h
Onde: Teatro do Sesc Campinas (Rua Dom José I, 270/333, Bonfim, em Campinas/SP)
Quanto: R$17 (inteira), R$8,50 (meia) e R$5 (credencial plena)
Informações: www.simcultura.art.br
