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Empório do Nono comemora 20 anos com programação intensa em setembro
Samba do Professor recebe Nelson Fidelis (Foto Divulgação)

Empório do Nono comemora 20 anos com programação intensa em setembro

Em 20 anos, lembrados no último dia 21 de junho, o Empório do Nono se transformou em um dos principais espaços de divulgação em Campinas da boa música brasileira. A famosa esquina da avenida Albino J.B.de Oliveira com rua Cecilia Féres Zogbi virou um ponto de encontro obrigatório para os músicos, atores, pintores e artistas em geral, residentes ou não no fervilhante distrito de Barão Geraldo. Para marcar as duas décadas de atuação cultural – em conjunto, é claro, com a ótima comida e deliciosa bebida – a casa programou um repertório diversificado para o mês de setembro.

Serão três quintas-feiras e três segundas-feiras (5, 16, 19,23, 26 e 30), nas quais os músicos residentes receberão convidados que já se apresentaram no restaurante, para relembrar momentos marcantes da história da casa.

Nesses 20 anos, foram mais de duas mil apresentações. As segundas-feiras são dedicadas ao choro. Já nas quintas-feiras, imperam o samba e outros gêneros da música brasileira, com a última quinta-feira do mês dedicada ao projeto “Samba do Chico”.

Samba do Professor (Foto Divulgação)

Samba do Professor (Foto Divulgação)

Samba do Professor recebe Nelson Fidelis

O projeto Samba do Professor abre a programação na quinta-feira, dia 5, e recebe o vocalista do grupo Velha Arte do Samba, Nelson Fidélis, referência do samba campineiro e incentivador do projeto. Influenciado pelos pais e por grandes compositores do gênero musical, Fidélis tomou gosto pelo gênero musical desde cedo e interpreta com a nobreza de grandes mestres como Ataulfo Alves, Jamelão, Cartola, Paulinho da viola e outros.

O grupo Samba do Professor é formado por Denis Maracci, professor do Instituto de Economia da Unicamp, (vocal), Dudu Baradel (cavaquinho e voz), Rildo Carvalho (violão de sete cordas), Adriano Amorim (bandolim), Chico do Pandeiro (pandeiro), e Ding Dong (percussão), o grupo lançou em 1ª de agosto passado seu primeiro CD “Samba do Professor ou Ariel de Sergio”, como parte das comemorações pelo 20º aniversário do Empório do Nono.

O projeto teve início em 2016, quando Chico do Pandeiro convidou o professor Maracci para interpretar sambas antigos e clássicos da MPB, pela primeira vez, no Empório do Nono. Os dois já eram velhos conhecidos – o primeiro, aficionado por samba, era cliente do estabelecimento, desde a sua fundação, em 1999, e o segundo, integrante dos grupos Bons Tempos e Choro Bandido, que faziam parte do cardápio musical do restaurante. O que era para ser apenas uma apresentação cresceu e frutificou. Vieram outros músicos. A união dos veteranos com o professor-cantor “novato” resultou em uma roda de samba que agradou e tornou-se atração periódica no restaurante.

O projeto do CD, que tem apoio cultural do Empório do Nono, teve início quando Maracci ganhou de presente de Dia dos Pais algumas horas de estúdio, em 2017. Naquele momento já estava formado o grupo “Denis Maracci & Quinteto”. Foram três meses de ensaios, até que, em 20 de novembro do mesmo ano, o grupo entrou no estúdio. Em dois dias estava concluído o álbum, com a voz guia e todos os instrumentos gravados de uma vez. Posteriormente, foram incluídas as vozes definitivas, a cuíca e as vozes femininas.

Derico e Manteiga de Garrafa farão tributo a João Gilberto (Foto Divulgação)

Derico e Manteiga de Garrafa farão tributo a João Gilberto (Foto Divulgação)

Manteiga de Garrafa e Derico homenageiam João Gilberto

Na segunda-feira, dia 16, o grupo Manteiga de Garrafa recebe, pela terceira vez, o multi-instrumentista Derico Sciotti. De formação erudita, Dericoincursionou por novos estilos musicais como o jazz e o blues. Flautista, saxofonista, pianista, guitarrista, contrabaixista, violonista e baterista, Derico tocou, em diferentes fases, com nomes como Dominguinhos, Chico César, Hermeto Paschoal, Egberto Gismonti, Arrigo Barnabé, Chick Corea, George Benson e Ray Conniff. Mas foi como saxofonista e flautista do Quinteto Onze e Meia, além de “assessor para assuntos aleatórios”, no programa Jô Soares Onze e Meia, que o instrumentista ficou conhecido do grande público.

O Manteiga de Garrafa foi formado, em 2015, em meio às tradicionais rodas de choro que acontecem em Campinas e região. Com Rafael Yasuda (bandolim), André Ribeiro (pandeiro e violão), Daniel Bueno (violão de sete cordas) e Bruna Takeuti (cavaco), o grupo apresenta-se no Empório doNono desde 2016. Segundo André Ribeiro, a apresentação reunirá os choros que tradicionalmente fazem parte do repertório, mas também será um minishow de Derico, com sua espontaneidade e irreverência: “Preparamos uma homenagem a João Gilberto, que faleceu recentemente. Incluímos ao repertório as canções Corcovado, Wave e Desafinado”, explica Ribeiro, músico formado pela Unicamp, com quatro discos lançados, que também integra outras formações musicais que se apresentam na casa, como parte do projeto denominado Segundas de Choro.

O quarteto Nó nas Cadeiras (Foto Divulgação)

O quarteto Nó nas Cadeiras (Foto Divulgação)

Nó nas Cadeiras apresenta o samba pela ótica das mulheres

Já na quinta-feira, dia 19, será a vez de quatro cantoras e instrumentistas de Campinas apresentarem um repertório de sambas de uma maneira diferente, só pela ótica das mulheres. O grupo Nó nas Cadeiras foi criado em 2012 pela cantora, violonista e compositora Martina Marana. Em sua segunda formação, com Bruna Takeuti (cavaco e voz), Fran Nobrega (surdo e voz), Tatiana Ubinha (pandeiro e voz), e Martina Marana (violão e voz), o conjunto revisita compositores como Cartola, Noel Rosa, Adoniran Barbosa, Dorival Caymmi, Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho e intérpretes como Clara Nunes, Beth Carvalho, dentre outras, num show especial para o público apreciador do samba tradicional, da voz e da música femininas.

Martina Marana é mestra em música pela UNICAMP e formada em canto popular pelo Conservatório de Tatuí. Bruna Takeuti estudou cavaco com grandes cavaquinistas como Rafael Barros e Lucas Arantes e se aproximou da linguagem do choro carioca com os professores Lucas Oliveira e Jayme Vignoli e Luciana Rabello. Tatiana Ubinha é Coordenadora do Projeto Brincadeiras Musicais da Palavra Cantada, e Fran Nóbrega foi aluna de canto do Conservatório de Tatuí. Desde o início deste ano, o grupo participa da programação do Empório do Nono. “É significativo fazer parte da história da casa, que é importante para o panorama musical de Campinas. É uma casa que sempre abriu espaço para a música brasileira. Colocarmos a nossa arte, mostrarmos a representatividade feminina em um lugar que preza pela qualidade musical é simbólico”, enfatiza Bruna Takeuti, que integra também o grupo Manteiga de Garrafa.

Choro Bandido resgatará a formação original (Foto Divulgação)

Choro Bandido resgatará a formação original (Foto Divulgação)

Choro Bandido reúne formação original para homenagear Empório do Nono  

A segunda-feira, 23, será dedicada a um reencontro de músicos. O grupo Choro Bandido, uma das referências do choro no interior paulista, que se apresentou por 11 anos no Empório do Nono, mostra um repertório marcado pelo improviso e pela criatividade. Criado em 1997, com músicos da região de Campinas, o Choro Bandido contará neste dia com a sua formação original: Daniel Romanetto (cavaquinho), Chico do Pandeiro (pandeiro), Luizinho Sete Cordas (violão de sete cordas) e Anderson Alves (clarinete). Este último, atualmente, clarinetista da Orquestra Sinfônica Nacional (OSN) do Rio de Janeiro.

Para celebrar a data, a banda recebe ainda Caco Piccoli, vocalista do grupo Bons Tempos, e outros músicos, como Toninho do Bandolim (bandolim), Roberto Amaral (pandeiro) e Marcelo Faleiros (violão de sete cordas), para algumas “canjas”. O Choro Bandido busca manter a naturalidade do choro, mas sem tirar a essência do gênero. Essa característica própria se materializa com as influências musicais individuais dos integrantes. “Sempre procuramos modernizar o choro sem perder, é claro, a sua origem”, diz Chico do Pandeiro. Norepertório estão composições de Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo, Severino Araújo, Altamiro Carrilho, Cartola, entre outros. O público pode esperar também por algumas músicas dos dois CDs da banda: “Apimentado”, com a participação especial do maestro e pianista Laércio de Freitas; e “Inéditos”, no qual sete das 13 músicas inéditas, entre choros, polcas e maxixes, são de autoria dos integrantes do grupo.

Glaucio Sant´Ana estará com o Samba do Chico (Foto Divulgação)

Glaucio Sant´Ana estará com o Samba do Chico (Foto Divulgação)

Samba do Chico faz apresentação especial com participação de dois instrumentistas de sopro

Na última quinta-feira do mês, dia 26, será a vez do projeto Samba do Chico reverenciar a casa por seus 20 anos. Os músicos Pezão (voz e violão), Ding Dong (percussão), Chico do Pandeiro (pandeiro) e André Ribeiro (bandolim), recebem duas participações especiais no sopro, o trompetista Gê Ribeiro, que já acompanhou grandes nomes da música como João Bosco, Michael Bublé, e Ivete Sangalo entre outros, e o trombonista Glaucio Sant’Ana, trombonista baixo da Orquestra Sinfônica Heliópolis (Instituto Baccarelli).

Clássicos de Chico Buarque e outros compositores vão embalar a noite com repertório de canções como Incompatibilidade de Gênio, Olê Olá, Roda Viva, Deixa a Menina, Mambembe, Feijoada Completa, Escadas da Penha, Tive Sim, Piston de Gafieira e Feitiço da Vila. “Há 15 anos, criamos o Samba do Chico,no Empório do Nono, para resgatar as músicas do Chico Buarque. Como sou eu quem sempre convida músicos para tocar nesse dia, o nome Chico acabou por ser uma referência a ambos”, explica Chico do Pandeiro. De acordo com ele, a noite será predominantemente composta de músicas do Chico Buarque, mas estarão presentes também canções de João Bosco, Cartola e até Paulinho da Viola. “Será uma noite especial”, completa o músico.

Alessandro Penezzi estará na Segunda de Choro (Foto Divulgação)

Alessandro Penezzi estará na Segunda de Choro (Foto Divulgação)

Segunda de choro encerra mês comemorativo com noite dedicada à música instrumental

Para encerrar o mês comemorativo, na segunda-feira, 30, André Ribeiro recebe o violonista, compositor e arranjador Alessandro Penezzi e o percussionista Rafael Toledo. Penezzi tem formação em violão erudito e é considerado um virtuose do violão. Toca também violão tenor, cavaquinho, bandolim e flauta, e integra sete bandas. Com influências de Paco de Lucia, Raphael Rabello, Tom Jobim, Jacob do Bandolim, Luiz Gonzaga, Waldir Azevedo, seus shows incluem composições próprias, que transitam entre o choro, frevo, baião, valsa, e até ritmos latinos, além de peças clássicas do repertório do violão brasileiro.

Já Toledo, gravou e se apresentou com Roberto Silva, Leny Andrade, Pery Ribeiro, Os Cariocas, Monarco, Nelson Sargento, Rolando Boldrin, Carlinhos Vergueiro, Almir Guineto, Dominguinhos, Zé da Velha, Altamiro Carrilho, Laércio de Freitas entre outros. Apresentou-se em grandes palcos do Brasil e do exterior, como no Johannes-Brahms-Saal, e no Staatliches Museum für Völkerkunde (ambos na Alemanha), e ministrou aulas e oficinas no Brasil e em outros países.


Programação de Setembro (das 20h às 23h)

*Especiais em comemoração aos 20 anos do Empório do Nono

*Dia 5 – Samba do Professor (Denis Maracci, Dudu Baradel, Adriano Amorim, Rildo Carvalho, Ding Dong e Chico do Pandeiro) – participação especial Nelson Fidélis

*Dia 16 – Manteiga de Garrafa (Rafael Yasuda, Daniel Bueno, Bruna Takeuti e André Ribeiro) – participação especial de Derico Sciotti

*Dia 19 – Nó nas Cadeiras (Martina Marana, Fran Nóbrega, Bruna Takeuti e Tatiana Ubinha)

*Dia 23 – Choro Bandido (Daniel Romanetto, Chico do Pandeiro, Luizinho Sete Cordas) – participações especiais de Anderson Alves e Caco Piccoli

*Dia 26 – Samba do Chico – (Pezão, André Ribeiro, Ding Dong e Chico do Pandeiro) – participações especiais de Gê Ribeiro e Glaucio Sant’Ana

*Dia 30 – André Ribeiro – participações especiais de Alessandro Penezzi e Rafael Toledo

Serviço
Empório do Nono Restaurante e Petiscos
Endereço: Av. Albino J. B. Oliveira, 1128, Barão Geraldo, Campinas
Telefone: (19) 3289-0041 ou (19) 99922-480
Horários de funcionamentos:
De segunda a quinta: das 11h20 às 23h
Sexta e sábado: das 11h20 à meia-noite
Domingo: das 11h20 às 16h

Couvert artístico: *Especiais em comemoração aos 20 anos do Empório do Nono: R$ 15,00 (exceto dia 16: R$ 30,00)

http://emporiodonono.com.br/

Instagram e Facebook: @emporiodonono

 

Sobre o Empório do Nono

O propósito da casa, desde o seu início, em 21 de junho de 1999, foi abrir espaço para a boa música, com destaque para o choro e o samba, e manter viva a tradição e a história dos bares de antigamente, com chope tirado essencialmente com colarinho, acompanhado de porções e pratos tipicamente brasileiros, com toque italiano.

O Empório do Nono tem a ‘atmosfera’ dos clássicos bares paulistas e cariocas da década de 1950. O local, na esquina da Avenida Albino J. B. Oliveira com a Rua Cecília Féres Zogbi, abrigou, há 70 anos, uma mercearia (ou empório), o que influenciou na escolha do nome da casa. Já o ‘nono’ faz menção à ancestralidade italiana de um dos proprietários.

São quatro ambientes: praia (calçada), salão principal, varanda e salão nobre, distribuídos em 440 metros quadrados e com capacidade para 220 lugares. O pé-direito alto evidencia o madeiramento do telhado, o que valoriza a história arquitetônica da edificação. Parte das paredes é recoberta por prateleiras repletas de garrafas de bebidas; e outra parte é forrada de trabalhos fotográficos feitos por profissionais como Carlos Bassan, e por caricaturas assinadas por nomes como Dalcio Machado, Sergio Campelo, Luiz Gustavo Paffaro, Flavio Rossi e Ziraldo.

Luminárias de época, mobiliário de madeira escura, balcão de mármore, com os azulejos ao fundo do bar em mosaico azul e branco, e objetos de decoração que mesclam o vintage com o retrô, complementam o conceito deste restaurante que reúne características de bar, com cardápio que varia de petiscos até refeições completas, a qualquer hora do dia ou da noite.

Ponto de encontro da comunidade acadêmica de Campinas, o Empório do Nono atrai estrangeiros que desejam conhecer a culinária e a música genuinamente brasileiras, e também grupos de amigos e famílias.

A casa foi uma das primeiras em Campinas a contar com uma mesa de frios, um conceito inspirado no Elidio Bar, na Mooca, em São Paulo. A partir das 17 horas, há um balcão com mais de 20 opções de acepipes para o cliente escolher.

No almoço, são servidos pratos fixos a cada dia da semana. Também são oferecidos no cardápio à La Carte, de segunda a domingo, mais cinco pratos que variam, à base de carnes, frango, peixes e massas feitas no próprio restaurante. A pedida clássica servida diariamente é o PF do Nono (picadinho de filé mignon, ovo frito, feijão preto, linguiça apimentada, banana à milanesa, cebola murcha, tomate, farofa e arroz). Todos acompanham entrada com cesto de pães – também produzidos na casa – e salada.

De segunda a sexta, há o Happy Nono, das 17h às 20h. No cardápio da noite estão pratos fixos e sugestões do dia. Para petiscar, há mais de 15 variedades de porções, algumas delas inspiradas em bares cariocas. Os sanduíches – são oito opções – e as fornerias preparadas no forno à lenha, como o Piadina, um lanche feito de massa fininha de pizza, em oito sabores fazem sucesso.

A casa foi uma das primeiras a oferecer na carta de bebidas, tanto cervejas artesanais e industrializadas, como chope, tirado da mesma maneira como noBar Leó, na capital paulista. No cardápio há ainda uma infinidade de drinques, coquetéis, destilados e vinhos.

 

Expansão

Em 2009, o Grupo Empório do Nono adquiriu a Espósito Pizzeria, localizada no endereço ao lado do restaurante. Com capacidade para 130 pessoas, a pizzaria conta com mais de 20 sabores de “redondas”, entre salgadas e doces, além de outras fornerias tais como pão de calabresa, crostini e piadina. Algumas das receitas servidas no Empório do Nono são assadas no forno à lenha da Espósito.

Sobre ASN

Organização sediada em Campinas (SP) de notícias, interpretação e reflexão sobre temas contemporâneos, com foco na defesa dos direitos de cidadania e valorização da qualidade de vida.