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Maneco de Gusmão e seu “O Princípio da Incerteza” dia 10 de junho em Campinas
Sala de leitura e galeria do CCLA, um ícone da cultura em Campinas e no Brasil (Foto Martinho Caires)

Maneco de Gusmão e seu “O Princípio da Incerteza” dia 10 de junho em Campinas

O Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA) tem tradição de ser um dos espaços que mais promovem a vanguarda artística em Campinas. O perfil será reiterado com a abertura no próximo dia 10 de junho, quarta-feira, às 15 horas, da Exposição Quantic-Art “O Princípio da Incerteza”, do artista plástico Maneco de Gusmão.

Emanuel (Maneco) de Gusmão já se definiu como um “exilado político do governo Collor” em Paris. E viveu na capital francesa de 1990 a 2004, quando retornou ao país e se radicou em Ouro Fino (MG), a sua cidade natal, onde criou a ONG Culturativa e projetou e implantou o espaço “Caixa Preta”. É uma obra de arte utilitária, que consiste em uma casa de 400 metros quadrados e utilizada como residência, galeria, atelier de arte e para oficinas artísticas.

Ele se descreve, então, como um artista multimídia, trabalhando com várias técnicas e utilizando diversos estilos e referências. “Utilizo o material que tenho em mãos, faço pintura, desenho, escultura, gravura, serigrafia, música, vídeo-arte, instalação, interferência no espaço urbano, etc…”, relata.

A fragilidade do mundo contemporâneo, diz Maneco, é uma das características de seu trabalho artístico. “O limite entre o popular e o erudito, o feio e o bonito, o sexo e a castração, o sacro e o profano, a busca do novo e a referência histórica estão implícitas no conceito ‘Barroco Contemporâneo’ ao qual me inspiro e penso ser o conceito que define o Brasil com todas as contradições”, completa. Abaixo, vídeo de Maneco de Gusmão sobre sua “Caixa Preta”:

Vanguarda – O CCLA tem sido, desde a sua fundação, em 1902, um dos principais espaços para a expressão e reflexão sobre as Artes Plásticas e Visuais em Campinas. Tem uma tradição forte na área, o que o credencia a ser uma voz ativa nesse importante campo artístico.

Em junho de 1913, o CCLA sediou uma exposição de Lasar Segall (1891-1957), uma das primeiras no Brasil do artista nascido na comunidade judaica de Vilna, capital da Lituânia. O Centro adquiriu na oportunidade o quadro “Cabeça de Menina Russa” (1908), que passou a compor o acervo da Pinacoteca do CCLA.

Outro momento importante foi a publicação, em 1958, pelo Jornal do CCLA, do manifesto que deu origem ao Grupo Vanguarda, que reuniu importantes artistas plásticos de Campinas, como Francisco Biojone, Thomaz Perina, Maria Helena Motta Paes, Bernardo Caro, Enéas Dedecca, Geraldo Jürgensen, Raul Porto, Mário Bueno, Geraldo de Souza, Franco Sacchi e Edoardo Belgrado, além do poeta Alberto Amêndola Heinzl e do ensaísta José Armando Pereira da Silva, que se somariam ao coletivo. O Grupo Vanguarda está na origem da criação, em 1965, do Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC).

 

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