No próximo domingo, dia 29 de novembro, será realizada a Marcha Mundial pelo Clima. Será uma iniciativa voltada para sensibilizar os chefes de Estado e governo que vão participar da Conferência do Clima (COP-21), que começa na segunda-feira, dia 30, em Paris. Depois dos atentados na capital francesa, a 13 de novembro, a Marcha Mundial pelo Clima terá uma importância maior, na medida em que, por questões de segurança, vários atos públicos da sociedade civil, que seriam realizados ao longo da COP-21 em Paris, foram cancelados. Campinas é uma das cidades que participam da Marcha pelo Clima, com atos no Alto Taquaral e em Barão Geraldo, às 9 e 16 horas.
Às 9 horas, haverá um plantio de árvores nativas na região de uma das nascentes do Ribeirão das Pedras, localizada no Alto Taquaral. Os participantes do evento serão convidados a participar, às 16 horas, do ato diretamente ligado à Marcha Mundial pelo Clima, que será realizado na Praça do Coco, em Barão Geraldo, e em defesa, entre outros pontos, de que o acordo global de redução das emissões de gases-estufa, a ser definido em Paris, seja vinculante, ou seja, com metas obrigatórias. Outro ponto é a defesa do princípio das “responsabilidades comuns, mas diferenciadas”. Por este princípio, os maiores responsáveis pelas emissões históricas de gases-estufa, no caso Estados Unidos e demais países industrializados, teriam maiores cotas de cortes de emissões. Nas últimas Conferências do Clima esse princípio vem sendo sempre questionado por um conjunto de países, sob a liderança dos EUA.
De fato, o esquema de segurança na capital francesa será intensificado, durante a COP-21, em função do temor de novos atentados. Muitos líderes mundiais, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já confirmaram presença, mas o que acontecerá de fato ainda é uma incógnita.
O terror já atingiu a COP-21, como adiantou a Agência Social de Notícias, no dia 14 de novembro (http://agenciasn.com.br/arquivos/5025). Além do cancelamento de várias manifestações públicas que seriam realizadas durante o evento, os preparativos também foram afetados.
Os efeitos dos atentados nas negociações climáticas já foram sentidos por ocasião da reunião de Cúpula do G20, que aconteceu dias 15 e 16 de novembro, na Turquia. Em função dos atos do dia 13, a reunião se transformou em um grande fórum de discussão dos maiores líderes mundiais sobre como combater o terrorismo. Outras questões ficaram em segundo plano, como a própria preparação para a COP-21. Inicialmente se esperava que o encontro na Turquia tivesse um claro aceno das grandes potências em relação ao acordo climático.
Foi pouco discutida, portanto, a questão dos subsídios aos combustíveis fósseis, que seria um dos temas da reunião do G20. Como também informou a Agência Social de Notícias, por ocasião do encontro do G20 e como prévia da COP-21, foi divulgado um estudo revelando que o G20 – que reúne as 20 maiores economias do mundo – é responsável pela destinação de US$ 452 bilhões anuais em subsídios para os combustíveis fósseis. Reduzir drasticamente esses subsídios, para as duas organizações autoras do estudo (Overseas Development Institute, de Londres, e o Oil Change International, de Washington), é um grande passo para a redução das emissões de gases que contribuem para as mudanças climáticas. (Por José Pedro Martins)