Representantes da Defesa Civil de Campinas estiveram participando de capacitações no Nordeste, onde adquiriram maiores conhecimentos sobre como enfrentar situações de seca ou estiagem intensa. A experiência da Defesa Civil campineira foi apresentada na manhã desta terça-feira, 14 de outubro, no Centro de Convenções da Unicamp, na abertura do Fórum Sociedade e Desenvolvimento: Defesa Civil e Cidades Engajadas. Na segunda-feira, a Defesa Civil havia decretado estado de emergência em Campinas, em função da baixa umidade relativa do ar, de menos de 12%, registrada em meio à grave crise hídrica em São Paulo. Hoje foi mantido o estado de alerta, com a umidade chegando a 16,6% e a mais alta temperatura do ano na cidade, de 37,8ºC.
A participação de membros da Defesa Civil em operações ligadas a seca e estiagem no Nordeste é um exemplo de como a organização tem destinado muitos esforços em ações e campanhas de prevenção e à sua própria capacitação. O próprio diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado Fernandes, acompanhou pessoalmente o trabalho da sala de situação montada em Salvador, para monitorar situações de estiagem e seca que levaram à decretação de estados de emergência em calamidade em dezenas de cidades da Bahia. Outro profissional campineiro participou de monitoramento semelhante em Sergipe.
Segundo Sidnei Fernandes, a situação de Campinas e de toda a região é preocupante, em função da estiagem intensa, por exemplo em razão de possíveis queimadas. Entretanto, observa que também há preocupação, em situações como a atual, com a entrada de frentes frias, provocando eventos climáticos que podem levar a muitos danos.
Exatamente em razão do trabalho da Defesa Civil, Campinas foi escolhida para ser a primeira cidade brasileira a receber das Nações Unidas o certificado de cidade modelo em ações de construção de resiliência frente a situações de riscos e desastres. O diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado Fernandes, foi inclusive nomeado como o promotor no Brasil da Campanha Construindo Cidades Resilientes, das Nações Unidas.
A Campanha tem alcançado grandes resultados no Brasil, país que tem o maior número (282) de Cidades Resilientes certificadas, vindo a Áustria em segundo lugar e o Líbano em terceiro, com 280 e 254, respectivamente. Para que a cidade seja considerada resiliente, o poder público precisa assumir uma série de compromissos. São consideradas resilientes as cidades que têm capacidade de resistir, absorver e se recuperar de forma eficiente dos efeitos de desastres e, de maneira organizada, assim como prevenir a perda de vidas e bens.
A Defesa Civil de Campinas tem disseminado a sua tecnologia em várias partes do Brasil. Profissionais campineiros participaram, por exemplo, das operações de salvamento em Santa Catarina, após os eventos climáticos extremos entre 2008 e 2009. Em Campinas, o órgão mantém quatro equipes que trabalham de forma permanente, e que estão capacitadas para atender todo tipo de ocorrência. Os cursos de formação de agentes de Defesa Civil, promovidos por Campinas, sempre são disputados por candidatos de vários estados.
O trabalho da Defesa Civil campineira foi apresentado pelo engenheiro Gerson Agata, no Fórum realizado na Unicamp. O conceito de Cidades Resilientes foi um dos destaques do Fórum, que teve a participação de Jorge Chediek, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).