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Corte de 30% no SESI e SENAI leva a menos 1 milhão de vagas em cursos profissionalizantes (Sistema S e o Brasil – III)
Entidades estão atentas às mudanças que estão sendo articuladas em Brasília (Foto Adriano Rosa)

Corte de 30% no SESI e SENAI leva a menos 1 milhão de vagas em cursos profissionalizantes (Sistema S e o Brasil – III)

Por José Pedro Soares Martins

O corte de 30% nos recursos do Sistema S, como foi aventado pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, levaria à redução de 1 milhão de vagas em cursos profissionalizantes oferecidos pelo Serviço Social da Indústria (SESI) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Os cálculos foram feitos pelos próprios SESI e SENAI, alertando para o impacto que a medida representaria para o sistema industrial brasileiro.

Paulo Guedes afirmou, em discurso no dia 17 de dezembro, no Rio de Janeiro, que poderia “meter a faca” nos recursos do Sistema S, de 30 a 50%. Imediatamente houve uma mobilização nacional, de vários setores, em função da contribuição que o Sistema S tem feito para a economia, a cultura, a educação e a sustentabilidade.

O SESI e o SENAI divulgaram um estudo, mostrando o impacto de um corte de 30% nos recursos que gere anualmente. Um deles seria o corte de 1,1 milhão de vagas nos cursos profissionalizantes oferecidos todo ano. Desde 1942, o SENAI já qualificou mais de 73 milhões de brasileiros. “São profissionais bem preparados para trabalhar na indústria, setor que tanto precisa de mão de obra especializada. Os cursos oferecidos pelo SENAI têm currículos alinhados às necessidades das empresas brasileiras. Assim, quem procura o SENAI para aperfeiçoamento ou requalificação, em 28 áreas de conhecimento como Elétrica, Mecânica, Alimentos ou Construção, se destaca no mercado”, comenta a instituição.

Do mesmo modo, o corte de 30% nos recursos, conforme sinalizou Paulo Guedes, provocaria o fechamento de 162 escolas do SENAI no Brasil e a eliminação de 498 mil vagas para alunos do ensino básico ou na educação de jovens e adultos do SESI. “Em todo o Brasil, o SESI recebe, por ano, mais de 1,7 milhão de matrículas em educação básica e continuada e ações educativas, oferecendo qualificação de qualidade e cidadania para os brasileiros”, nota a instituição, que teme o fechamento de 155 escolas do SESI no país se confirmado o corte de 30% dos recursos do Sistema S.

Entre múltiplas manifestações em defesa do Sistema S, após as afirmações de Paulo Guedes, está a do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, que no dia 18 de dezembro declarou que “é imprescindível a função do Sistema S na sociedade brasileira”. Ele fez a declaração em almoço na Confederação Nacional da Indústria com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

(Terceira de uma série de reportagens sobre a contribuição do Sistema S para o Brasil, na cultura, na educação, na cidadania, na sustentabilidade).

 

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