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Desabastecimento na região de Campinas preocupa a Casa Branca
Rio Atibaia, em Campinas, um dos mais atingidos pela crise hídrica de 2014 (Foto Adriano Rosa)

Desabastecimento na região de Campinas preocupa a Casa Branca

O cônsul norte-americano, David E. Arnold, responsável  por assuntos econômicos, meio ambiente, ciência e tecnologia e saúde, participou hoje de manhã, em Americana (SP), da reunião convocada pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e Agência Reguladora de Saneamento (ARES-PCJ), para discutir os impactos financeiros nos serviços de saneamento diante da crise hídrica.

O cônsul procurou o Consórcio PCJ para obter, a pedido da Casa Branca, mais informações sobre a real situação hídrica nas Bacias PCJ e no Estado de São Paulo.  Muitas indústrias de matriz norteamericana estão localizadas na Região Metropolitana de Campinas (RMC), situada nas bacias PCJ.

Durante o encontro, o Secretário Executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, advertiu para a importância dos municípios decretarem estado de emergência para facilitar o acesso a recursos federais, como também para agilizar a execução de obras que possam contribuir para a convivência com a estiagem prolongada e inédita.

Os Estados Unidos são os principais parceiros comerciais de Campinas, que vendeu US$ 108 milhões para o mercado norteamericano entre janeiro e agosto de 2014, entre os US$ 789 milhões exportados pelo município no período. Os EUA também lideram o ranking de países exportadores para Campinas, com vendas de US$ 637 milhões no mesmo período, do total de US$ US$ 2,5 bilhões comprados por Campinas entre janeiro e agosto deste ano, o que configura um déficit comercial de US$ 1,7 bilhão no total. Outros dos 20 municípios da RMC mantêm  forte relação comercial com os Estados Unidos.

O estado de São Paulo está há muito tempo no centro da preocupação de grandes corporações internacionais em termos de uma possível crise da água, como já noticiou a Agência Social de Notícias. O principal sinal foi emitido com a publicação em 2009 do relatório “Traçando o Nosso Futuro da Água – Quadros econômicos para informar a tomada de decisões” (“Charting Our Water Future – Economic frameworks to inform decision-making”).

O relatório “Charting Our Water Future”, estudo patrocinado por grandes corporações, inclui quatro estudos de caso, relacionados ao aumento da demanda de água até 2030 na Índia, China, África do Sul e Estado de São Paulo, no Brasil. Em conjunto esses países mais São Paulo representarão 42% da demanda global prevista de água até aquele ano, de acordo com o estudo. Na Índia é previsto um déficit de 50% de suprimento de água, contra 25% de déficit na China, 17% na África do Sul e 14% em São Paulo.

O relatório foi uma iniciativa do The 2030 Water Resources Group, criado em 2008 por The International Finance Corporation (IFC), grupo ligado ao Banco Mundial e que tem a missão de fornecer “investimentos e serviços de consultoria para a construção do setor privado nos países em desenvolvimento”.

Passaram a integrar o The 2030 Water Resources Group alguns dos nomes mais fortes do setor corporativo mundial, verdadeiros líderes em seus respectivos segmentos: The Barilla Group, grupo global na área de alimentação; Coca-Cola Company, grupo global de bebidas; Nestlé S.A., um dos líderes globais na área de produtos de nutrição e saúde; SABMiller plc, um dos maiores fabricantes de cerveja do mundo;  New Holland Agriculture, companhia de equipamentos agrícolas de atuação mundial; Standard Chartered Bank, instituição global do setor financeiro; e Syngenta AG, uma das estrelas globais do setor de agronegócios.

(Mais em http://agenciasn.com.br/arquivos/572)

 

 

 

 

Sobre José Pedro Soares Martins

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