Depois de 22 anos de desfile no Cambuí, havia muita apreensão com a festa da City Banda em novo endereço, mas o que se viu na praça Arautos da Paz na tarde de sábado, dia 18 de fevereiro, foi a confirmação do sucesso dessa verdadeira Confederação de Blocos, que consolidou um novo modelo para o Carnaval de Campinas. Mais de 30 mil pessoas, segundo várias fontes, participaram da festa, comprovando a vitalidade e o enraizamento da City Banda na cultura local. Um “Woodstock de Momo” sob um sol escaldante.
“Foi uma agradável surpresa o resultado final. Tínhamos algum receio, queríamos permanecer no Cambuí, mas estava ficando inviável por várias razões. E a City Banda agora é de toda cidade”, resume Paulo Lima, membro da diretoria que se desdobrou para garantir a continuidade em alto estilo de uma tradição.
Muitos ingredientes contribuíram para o êxito do evento na Arautos da Paz, que provavelmente teve o maior público de sua curta história como novo espaço para a cultura e o lazer na cidade. A própria dimensão da praça foi determinante, pois permitiu abrigar, com conforto e segurança, diferentes grupos que se agregaram ao público já tradicional da City Banda e que manteve a sua fidelidade.
Do mesmo modo, o desenho da praça viabilizou a montagem de esquema de segurança mais ágil, concebido para solucionar rapidamente os eventuais incidentes. A Guarda Municipal e o Samu foram órgãos do Município que deram suporte à realização do evento.
O novo endereço também permitiu que o sistema de som utilizado funcionasse com maior potência do que aquele empregado no Cambuí, onde tinha as limitações do bairro adensado. Em uma área mais aberta, distante de aglomerados habitacionais, o trio elétrico da City Banda – “abençoado” pela rainha desse ano, Isadora Guimarães – pôde se deslocar com um som mais forte e sedutor para os foliões.
Outra novidade possibilitada pelo novo território da City Banda foi a manutenção de dois grupos musicais no espaço, que continuaram suas atividades mesmo durante o desfile propriamente dito, pelas ruas próximas à praça Arautos da Paz e ao Parque Portugal (Lagoa do Taquaral). Não houve descanso para os brincantes e nem intervalos musicais.
A força mobilizadora da City Banda foi ratificada pela presença de blocos e foliões de várias cidades, de São Paulo e outros estados. Dois ônibus cheios chegaram da Baixada Santista, um dos blocos mais animados era da cidade de Cambuí, no sul de Minas Gerais. Guaxupé, Batatais, Atibaia, Jundiaí e cidades de toda a Região Metropolitana de Campinas estiveram representadas na folia, que neste ano teve uma homenagem especial à cantora Ilcéi Mirian (ver aqui).
Claro que a mudança de local resultou em alguns transtornos. Indefinições não equacionadas a tempo dificultaram, por exemplo, a concretização de patrocínios, que vieram em cima da hora. De forma geral, porém, a transferência de endereço não abalou e, em certos aspectos, até colaborou para um sucesso ainda maior da City Banda, que sem verba pública e movida essencialmente pela animação dos fãs consagra um modelo vitorioso para o Carnaval de Campinas.
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