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Perdidos No Espaço – Segunda Temporada: Os Robinsons como ele são
Cada episódio tece uma teia que explora e revela a personalidade de cada membro da família Robinson (Foto Divulgação)

Perdidos No Espaço – Segunda Temporada: Os Robinsons como ele são

Por Eduardo Gregori

Em meados da década de 1960 quando estreou na televisão, Perdidos no Espaço me fazia rir das trapalhadas maldosas do Dr. Smith que nunca terminavam como ele planejava. A série também me enchia os olhos de criança com as intermináveis aventuras da família Robinson na tentativa de chegar a Alpha Centauri, o refúgio para onde os terráqueos iriam escapar da iminente destruição do nosso planeta. Na verdade, eles nunca chegaram lá, quando a série foi cancelada em 1968.

A Netflix acaba de estrear a segunda temporada de sua versão de Perdidos no Espaço. Se a primeira é focada em revelar como os Robinsons partiram para esta aventura, a retomada não prende-se apenas em ação. Prepare-se para chorar, eu pelo menos chorei lá pelo episódio 5. Os autores Matt Sazama e Burk Sharpless optaram por uma narrativa mais cinematográfica, mesclando drama e ação em cada um doa 10 episódios. E é aí que a série ganha personalidade própria e se distancia do texto original.

Cada episódio tece uma teia que explora e revela a personalidade de cada membro da família Robinson, utilizando sempre outro membro como coadjuvante. Assim é possível perceber o personagem como um todo, seus medos, fraquezas, virtudes, o que lhe dá força e porque pensa desta ou daquela forma.

Se na primeira temporada é possível saber bastante sobre a personalidade sombria e maquiavélica da Dra. Smith (Parker Posey), nesta é possível observar a construção mais aprofundada da personagem a partir de flashbacks que mostram sua relação com a irmã e com a mãe e dos crimes que cometeu antes de subir a bordo da Jupiter.

Aliás, os flashbacks são a forma dos autores para mostrar, por exemplo, como Judy (Taylor Russell), uma menina afrodescendente foi parar em uma família em que o pai, John (Toby Stephens), por exemplo, é ruivo. Este episódio, em especial, é um dos mais tocantes. Ele conta como foi construída a bela relação entre pai e filha e de como John a acompanha de perto, desde bebê, até ela se tornar uma grande esportista e dedicada médica.

Outro episódio trata de isolar Maureen (Molly Parker) e Penny (Mina Sundwall) em uma espécie de construção alienígena e na eminência de serem atingidas por uma tempestade de raios, passam a limpo a relação mãe e filha. Prepare o lenço, mas não pense que essa dramaticidade possa deixar a série um tanto quanto piegas, tipo família perfeita, propaganda de margarina.

Na verdade, é uma boa fórmula para falar de união e de diversidade dentro de um mesmo núcleo familiar. Aqui temos uma mãe que trabalha e que divide igualmente o espaço de chefe de família com o pai e duas crianças brancas que têm uma irmã negra e cujos conflitos passam por questões de adolescência e, jamais pelo tom da pele.

E o robô?

A conexão, ou reconexão mais esperada pelos fãs da série é entre Will (Maxwell Jenkins) e seu robô, que  salvou-o mas acabou perdido no último episódio da primeira temporada. Nesta, Will tenta se conectar com outro robô que é encontrado na nave-mãe, mas não consegue. Ele não se cansa de encontrar o velho amigo e durante os episódios vai chegando cada vez mais próximo. Bem, não vou dar spoilers, então você terá de assistir a série para saber se este encontro acontece ou foi deixado para a terceira temporada, que pode ser anunciada em breve pela Netflix.

Enredo

Nesta segunda etapa, que se passa 7 meses após o último episódio, a família Robson consegue escapar de um planeta dominado pelo mar e encontra pelo caminho a Resolute. Entretanto, os colonos são evacuados para um planeta próximo após uma avaria na nave. Então, os Robinsons são destacados para ajudar no concerto da Resolute e terão de enfrentar, tanto no planeta, quanto dentro da própria Resolute, desafios que proporcionam à série capítulos eletrizantes.

Sobre Eduardo Gregori

Eduardo Gregori é jornalista formado pela Pontifícia Católica de Campinas. Nasceu em Belo Horizonte e por 30 anos viveu em Campinas, onde trabalhou na Rede Anhanguera de Comunicação. Atualmente é editor do blog de viagens Eu Por Aí (www.euporai.com.br) e vive em Portugal