Entre 1994 e 2014, a região de Campinas e Piracicaba, localizada nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), recebeu R$ 470 milhões para investimento na área de recursos hídricos. Este é o total de recursos investidos somente pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) ou derivados da cobrança pelo uso da água em rios de domínio federal e estadual, não contando, portanto, investimentos de outras fontes. O grande salto na região tem sido no tratamento de esgotos, que subiu de menos de 10% em 1994 para 72,7% em 2014.
Os números estão no Relatório de Situação dos Recursos Hídricos das Bacias PCJ 2015. O documento será discutido na próxima Reunião Ordinária dos Comitês PCJ, dia 4 de dezembro, em Piracicaba.
De acordo com o Relatório, o Fehidro destinou para recursos hídricos nas bacias PCJ R$ 77 milhões desde 1994. Somando-se aos R$ 50 milhões de contrapartidas, foram R$ 127 milhões originários no âmbito do Fehidro, investidos na região, principalmente em controle de perdas nas redes de distribuição de água (R$ 39,8 milhões) e em tratamento de esgotos (R$ 56 milhões).
Na esfera da cobrança pelo uso da água em rios de domínio federal, foram destinados R$ 196,6 milhões desde 2006, somando-se os recursos arrecadados e investidos com o valor das contrapartidas. Do mesmo modo, a maior parte foi investida em controle de perdas (R$ 80,9 milhões) e tratamento de esgotos (R$ 93,4 milhões).
No âmbito da cobrança pelo uso da água em rios de domínio estadual, foram destinados R$ 146,8 milhões desde 2007, somando-se os recursos arrecadados e investidos com o valor das contrapartidas. Do mesmo modo, a maior parte foi investida em controle de perdas (R$ 32,5 milhões) e tratamento de esgotos (R$ 102,6 milhões).
Ações de educação ambiental receberam R$ 2,9 milhões (somente do Fehidro) e de reflorestamento, R$ 3,7 milhões (R$ 3,3 milhões no âmbito do Fehidro e R$ 356 mil da cobrança federal).
Os números contidos no Relatório de Situação dos Recursos Hídricos mostram que as receitas e investimentos decorrentes das cobranças federal e estadual pelo uso da água foram de R$ 342 milhões, em menos de dez anos, volume quase três vezes superior ao que o Fehidro gerou em duas décadas.
Outra constatação é a de que, com maiores investimentos em tratamento de esgotos, os índices poderiam ser muito melhores, resultando em melhoria significativa na qualidade da água na região. Segundo o relatório, entre 2010 e 2014 a eficiência do sistema de esgotamento sanitário passou de 39,1% para 62,7%. No mesmo período, a carga remanescente de esgoto, lançada aos rios sem tratamento, caiu de 160 para 106 toneladas de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) por dia. (Por José Pedro Martins)