A Conferência do Clima (COP-21), prevista para o período de 30 de novembro a 11 de dezembro em Paris, por enquanto está mantida, mas os atentados terroristas de 13 de novembro na capital francesa já afetam o encontro, como adiantou a Agência Social de Notícias no sábado, dia 14. Os encontros paralelos à Conferência, que teriam a participação de milhares de pessoas de todo o planeta, e particularmente da sociedade civil, foram cancelados por determinação das autoridades francesas. Com isso a COP-21, se de fato for confirmada, será restrita às conversações diplomáticas oficiais, sem o ambiente de mobilização social que marcou as conferências anteriores.
O temor das organizações da sociedade civil é que, limitada às reuniões oficiais, sem o “eco das ruas”, seja ainda mais prejudicada a tentativa de um grande acordo global pela redução das emissões de gases que contribuem para as mudanças climáticas. Mesmo antes dos atentados em Paris, já era baixa a expectativa com relação a um acordo que de fato dê esperanças de redução das emissões, evitando-se que as temperaturas globais subam no máximo dois graus em média até o final do século 21.
Os efeitos dos atentados nas negociações climáticas já foram sentidos por ocasião da reunião de Cúpula do G20, que acontece até esta segunda-feira, dia 16, na Turquia. Em função dos atos do dia 13, a reunião se transformou em um grande fórum de discussão dos maiores líderes mundiais sobre como combater o terrorismo. Outras questões ficaram em segundo plano, como a própria preparação para a COP-21. Inicialmente se esperava que o encontro na Turquia tivesse um claro aceno das grandes potências em relação ao acordo climático.
Foi pouco discutida, portanto, a questão dos subsídios aos combustíveis fósseis, que seria um dos temas da reunião do G20. Como também informou a Agência Social de Notícias, por ocasião do encontro do G20 e como prévia da COP-21, foi divulgado um estudo revelando que o G20 – que reúne as 20 maiores economias do mundo – é responsável pela destinação de US$ 452 bilhões anuais em subsídios para os combustíveis fósseis. Reduzir drasticamente esses subsídios, para as duas organizações autoras do estudo (Overseas Development Institute, de Londres, e o Oil Change International, de Washington), é um grande passo para a redução das emissões de gases que contribuem para as mudanças climáticas. (Por José Pedro Martins)