Depois de ter subido no ano anterior, o desmatamento voltou a cair na Amazônia, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 26 de novembro, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A queda foi de 18% na Amazônia Legal no período entre agosto de 2013 e julho de 2014, em relação ao período anterior – agosto/2012 a julho/2013. Ainda assim, o desmatamento continua alto na Amazônia: foi de 4.848 quilômetros quadrados (km²) em 2014, comparados a 5.891 km² do período anterior. O governo brasileiro pretende apresentar a queda no desmatamento nesse ano na Amazônia como um trunfo na Conferência do Clima (COP-20) que acontece na próxima semana em Lima, no Perú.
O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), do INPE, considera como desmatamento as áreas maiores que 6,25 hectares onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – o corte raso. O cálculo da taxa de desmatamento foi obtido após o mapeamento de 89 imagens de satélite. O anúncio dos dados aconteceu com a presença dos ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Clelio Campolina Diniz, e do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira. O anúncio ocorre no momento em que é realizado, em Brasília, o II Encontro Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais.
A avaliação do INPE mostra que essa é a segunda menor taxa de desmatamento na Amazônia Legal desde que o instituto começou a medi-la, em 1988, no âmbito do Prodes. De 2004 a 2014, a redução na taxa de desmatamento foi 83%. Naquele ano, o desmatamento foi 27.772 km² de florestas, quando foi criado o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal. A menor taxa foi registrada em 2012, quando foram desmatados 4.571 km², conforme a tabela abaixo:
Fonte: INPE
Os estados que mais desmataram no último período foram o Pará, com 1.829 km² desmatados; o Mato Grosso, 1.048 km²; e Rondônia, com 668 km². Entre 2013 e 2014, o Acre desmatou 312 km²; Amazonas, 464 km²; Maranhão, 246 km²; Roraima, 233 km²; e Tocantins, 48 km².
A taxa de desmatamento na Amazônia vinha decrescendo de modo substantivo desde 2004, quando superou a faixa de 25 mil quilômetros quadrados por ano, o que já havia ocorrido em 1995. Mas desde 2005 as taxas anuais médias diminuíram, até atingir 4.571km² desmatados entre 2011 e 2012. Entre 2012 e 2013 voltou a subir, para 5.891km², ou 29% a mais do que a média do período anterior.