Apesar das chuvas que caem de forma irregular no estado de São Paulo, continua caindo o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira, que abastecem metade da Grande São Paulo. O nível chegou a 6,8% nesta quarta-feira, 7 de janeiro. Os demais reservatórios que abastecem a região também estão em queda, à exceção do Sistema Cotia, que permanece estacionado. Sem a recomposição dos reservatórios, a cada dia aumenta o risco de um desabastecimento na área mais populosa do país. Em 2014 choveu 965 mm no Sistema Cantareira, contra a média histórica de 1551 mm.
Nas últimas 24 horas choveu 17,6 milímetros na área do Sistema Cantareira, elevando para 32,6 mm o acumulado do mês. Mesmo assim, o nível dos reservatórios, formados por águas da bacia do rio Piracicaba, continuou caindo, de 6,9% para 6,8%. A média histórica de chuvas no Cantareira é de 271,1 mm em janeiro.
Queda também nos demais sistemas que abastecem a Grande São Paulo. No Sistema Alto Tietê, onde choveu 17,2 mm no dia, a queda foi de 11,8% para 11,7%. No Guarapiranga, onde choveu 20,8 mm, também houve declínio, de 40% para 39,9%. O Alto Tietê e o Guarapiranga abastecem, respectivamente, 4,5 e 5,2 milhões de moradores da Grande São Paulo, respectivamente.
No Sistema Rio Claro, a queda foi de 29,8% para 29,3%. No Sistema Rio Grande, de 72,1% para 71,9%. O único sistema com nível estabilizado entre os dias 6 e 7 de janeiro é o Cotia, que permaneceu com 30,9%.
O professor Dr.Antônio Carlos Zuffo, do Departamento de Recursos Hídricos da Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp, afirma que é um “risco altíssimo de desabastecimento” na Grande São Paulo, caso não ocorra a recomposição em nível satisfatório dos reservatórios do Cantareira entre janeiro e março de 2015.