Conferência de Bonn começa nesta segunda-feira com a missão de preparar terreno para nova meta de finança na COP29.
Começa amanhã (3/6) em Bonn, Alemanha, a SB60, a conferência preparatória para a COP-29, que acontecerá no final do ano em Baku, Azerbaijão. Representantes de mais de 190 países se reúnem até dia 13 na antiga capital da Alemanha Ocidental para o primeiro round de uma luta que promete ser sangrenta – em torno de quem, como e com quanto dinheiro deverá financiar o combate à crise climática a partir de 2025.
Espera-se que em Bonn os países-membros da UNFCCC, a Convenção do Clima das Nações Unidas, comecem a dar forma à chamada NCQG, sigla em inglês para Nova Meta Quantificada Global de finanças, que substitua os horrivelmente insuficientes (e jamais totalmente entregues) US$ 600 bilhões que os países ricos prometeram para 2020-2025.
A NCQG precisa ser acordada no fim deste ano em Baku, Azerbaijão, durante a COP29. Para isso é necessário que os negociadores técnicos façam progresso em Bonn. Outros temas, como o fundo de perdas e danos, a meta global de adaptação, o programa de transição justa e as regras para o mercado de carbono também serão negociados em Bonn.
Organizações integrantes do Observatório do Clima terão porta-vozes acompanhando as negociações nas duas semanas de conferência (o fuso horário em Bonn é de cinco horas à frente de Brasília).
Direitos humanos e clima
No início de maio o Organismo das Nações Unidas encarregado de estabelecer um novo Mercado Global de Carbono deu um passo histórico ao fortalecer a proteção dos direitos humanos, ambientais e sociais. “Este é um momento divisor de águas”, disse Maria AlJishi, presidente do Órgão de Supervisão do Artigo 6.4. “Com a introdução do Procedimento de Recursos e Reclamações, estamos estabelecendo novos caminhos para capacitar comunidades e indivíduos vulneráveis, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e seus direitos defendidos.”
As novas salvaguardas permitem que os indivíduos afetados pelas atividades do Mecanismo recorram de decisões ou apresentem uma reclamação. Este é um passo crucial para o desenvolvimento de um novo mercado internacional de carbono que estabeleça a referência para créditos de carbono de alta integridade. (Com informações do Observatório do Clima e UN Climate Change News)