Os gestores públicos estavam paralisados mesmo com o agravamento da crise hídrica no estado de São Paulo, mas nesta quarta-feira, 21 de janeiro, foi divulgada uma medida indicando que começam a ser tomadas providências diante do temor de um completo desabastecimento de água na região mais rica e populosa do país. A Agência Nacional de Águas (ANA), órgão federal, e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão estadual, divulgaram comunicado conjunto, informando que haverá limite para retirada de água dos reservatórios do Sistema Cantareira em janeiro. A medida é para garantir o mínimo de volume dos reservatórios, prevenindo-se o seu total esvaziamento. Nesta quarta o Cantareira chegou a 5,5%, mantendo tendência de queda, mesmo com as chuvas irregulares para o mês.
Segundo o comunicado da ANA e DAEE, foi fixado em 22,9 milhões de m³ o limite de retirada de água do Sistema Equivalente do Cantareira para o mês de janeiro de 2015, sendo 2,5 m³ a vazão média do mês para a bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). A meta de volume disponível a ser preservada no Sistema Equivalente ao final do janeiro é de 47,6 milhões de m³, conforme consta do Comunicado Conjunto ANA/DAEE nº 241
Em ofício encaminhado ao DAEE, a ANA “reforça a necessidade de a Sabesp elaborar um plano operacional de curto e médio prazo que utilize previsões conservadoras, uma vez que, em desacordo ao recomendado pela ANA, a Sabesp utilizou previsões de vazões afluentes ao Sistema Equivalente muito acima daqueles verificadas, o que correspondeu a uma diferença de volume de 117 milhões de m³ a menos do que foi planejado pela Sabesp para os meses de outubro, novembro e dezembro de 2014″. Além disso, no Ofício, a ANA reforça a necessidade de apresentação, pela Sabesp, de um Plano de Contingência que contemplem ações emergenciais.
A nota mostra que voltou a polêmica entre a ANA e a Sabesp, que gerencia o Sistema Cantareira. No final do ano passado, houve várias trocas de farpas entre as organizações.