O modelo de ação integrada de prevenção e combate à dengue e Febre Chikungunya, utilizado pela Região Metropolitana de Campinas (RMC), deve ser referência para outras regiões metropolitanas paulistas. O tema foi discutido na manhã desta quarta-feira, 25 de fevereiro, na reunião do Conselho de Desenvolvimento da RMC, em Holambra.
No encontro, foi confirmada a destinação de R$ 3,2 milhões, do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano da RMC (Fundocamp), para dois projetos de prevenção e combate à dengue na RMC, em benefício de todos os municípios da região. Um projeto, de 1,8 milhão, prevê a destinação de recursos para desinsetização e nebulização, controle químico e limpeza de logradouros.
Este total de R$ 1,8 milhão será assim dividido: até R$ 144 mil para os municípios prioritários (Campinas, Americana, Hortolândia e Santa Bárbara d´Oeste) e até R$ 72 mil para os demais municípios. Cada município deverá apresentar seu projeto respectivo e aprovar a lei na Câmara Municipal para receber os recursos, explicou a diretora da Agemcamp, Ester Viana.
O prefeito de Nova Odessa, Benjamin Bill Vieira de Souza, reivindicou que seu município também fosse considerado prioritário, sendo portanto habilitado a receber até R$ 144 mil. Ele observou que Nova Odessa está “entre Santa Bárbara, Americana, Hortolândia e perto de Campinas”, os municípios considerados prioritários para receber o maior aporte. “O mosquito atravessa as fronteiras”, complementou o prefeito Bill. O mosquito Aedes aegypti, principal vetor de transmissão da dengue, também é vetor para a Febre Chikungunya.
Presente à reunião, o superintendente da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), Dalton Pereira da Fonseca Jr, esclareceu que a definição de municípios prioritários para o combate à dengue é dada pelo Ministério da Saúde, em função de critérios usados pela rede, como número da população e taxa de incidência. Campinas e Americana estiveram entre os municípios com maior número de casos de dengue no Brasil em 2014, segundo o Ministério da Saúde.
O segundo projeto aprovado no Conselho da RMC, na manhã de hoje em Holambra, relacionado a prevenção e combate à dengue e Febre Chikungunya, de R$ 1,4 milhão, com recursos do Fundocamp, prevê o financiamento de R$ 70 mil por município da região, de forma igualitária, para a aquisição de kit com veículo adaptado, equipamento dorsal usado no combate e material gráfico de divulgação da campanha. A contrapartida dos municípios, no caso dos dois projetos, é a capacitação dos quadros.
O superintendente da Sucen, Dalton da Fonseca Jr, salientou que a região de Campinas, densamente conurbada, e que tem “condições propícias para a proliferação do mosquito da dengue e Chikungunya”, merece de fato uma ação integrada. Ele entende que “essa experiência de ação regional, integrada”, pode ser levada a outras regiões metropolitanas de São Paulo.
Projeto BID – O prefeito de Holambra, Fernando de Godoy, que estava deixando a presidência do Conselho da RMC, também citou, entre os destaques de seu mandato, os entendimentos para o aporte de R$ 220 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para financiar várias obras na área da saúde na região. As verbas serão usadas para construir ou ampliar e reformar Unidades Básicas de Saúde (UBS) e para a melhoria da gestão no setor.
Godoy também apontou, entre os destaques, o aporte de quase R$ 1 milhão para a primeira etapa do Sistema de Videomonitoramento na RMC, de R$ 5,5 milhões para a segunda etapa do mesmo projeto, R$ 1,2 milhão para a Revirada Cultural e, entre outros, R$ 3,9 milhões para a primeira etapa do Sistema de Radiocomunicação. Serão destinados ainda R$ 3 milhões para uma ação publicitária mais permanente do conjunto da RMC.
O novo presidente da RMC, Jonas Donizette, prefeito de Campinas, disse que dará continuidade ao projeto de combate à dengue e demais iniciativas em curso. O prefeito de Campinas assinou durante a reunião em Holambra o termo de compromisso para que seja elaborado um inventário das fontes de emissão de gases de efeito estufa na RMC. O inventário será desenvolvimento pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente de Campinas, em conjunto com os demais municípios da RMC, disse Jonas. (JPMartins)