Entre 2000 e 2014, coincidindo com oito anos de governo de Luis Inácio Lula da Silva, quatro de Dilma Rousseff e três de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil duplicou a estrutura e praticamente triplicou as matrículas no ensino superior. Os dados foram confirmados no Mapa do Ensino Superior no Brasil 2016, que acaba de ser divulgado pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp). O estudo, que não faz avaliações em termos da qualidade da educação ministrada, mostra que permanece a desigualdade, em termos regionais, na estrutura e acesso ao ensino superior no país.
De acordo com o Mapa, entre 2000 e 2014 o número de Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil, somando as públicas e as privadas, aumentou de 1.180 para 2.368. O crescimento na rede pública foi menor, embora significativo, em termos proporcionais, de 176 para 298 instituições. Na rede privada o número de IES subiu de 1.004 para 2.070.
Em termos de matrículas, e considerando os cursos presenciais, elas aumentaram, no total, de 2,694 milhões em 2000 para 6,498 milhões em 2014. Na rede pública o número de matrículas cresceu de 887 mil em 2000 para 1,822 milhão em 2014. Ou seja, a rede pública de ensino superior ganhou quase 1 milhão de novos alunos no período. Já na rede particular, o número de matrículas em cursos presenciais evoluiu de 1,807 milhão em 2000 para 4,676 milhões em 2014, ou cerca de 2,8 milhões a mais.
Houve, portanto, expressivo incremento no número de instituições e em matrículas no ensino superior no Brasil, mas o Mapa publicado pelo Semesp ratifica, em termos absolutos, a permanência da desigualdade no acesso no território nacional. Em 2014 a Região Sudeste somava 47,0% das matrículas em cursos presenciais de ensino superior no país, contra 21,2% das matrículas no Nordeste, 15,3% no Sul, 9,5% no Centro-Oeste e 7,0% no Norte. A distribuição de matrículas em IES corresponde praticamente à distribuição populacional entre as regiões brasileiras.
São Paulo, estado mais populoso do Brasil, com mais de 44 milhões de habitantes, continua liderando o ranking, com 26,5% das matrículas em cursos presenciais em 2014, seguido de Minas Gerais (10,2%), Rio de Janeiro (8,5%), Rio Grande do Sul (6,0%) e Paraná (5,8%).
A fatia da Região Sudeste é menor considerando as matrículas do Ensino a Distância (EAD): ela somava 37,9% das matrículas em 2014, contra 20,0% do Nordeste, 10,9% do Sul, 11,8% do Norte e 10,4% do Centro-Oeste. São Paulo novamente liderava o ranking estadual, com 19,3% das matrículas em EAD, seguido de Minas Gerais (9,8%), Bahia (7,9%), Paraná (6,8%) e Rio Grande do Sul (6,7%).
O número de cursos presenciais também triplicou no período, indico de 10.585 em 2000 para 31.642 em 2014. Em 2014, os cursos presenciais mais procurados foram Direito (721.104 matrículas, 237.299 ingressantes e 82.655 concluintes), Administração (538.841, 189.459 e 82.305, respectivamente) e Engenharia Civil (264.780 matrículas, 113.917 ingressantes e 13.468 concluintes).