Uma tempestade magnética com rajadas de ventos de mais de 100 quilômetros por hora, com muitas descargas atmosféricas de alta intensidade seguidas de granizo, atingiu boa parte da área urbana de Campinas entre o final de sábado e início da madrugada deste domingo, 5 de junho, provocando pânico na população e confirmando a urgência de melhor preparo das áreas metropolitanas brasileiras para eventos climáticos extremos, que tendem a se intensificar nos próximos anos segundo projeções de cientistas e agências internacionais. A tempestade provocou a queda de mais de 160 árvores, destalhamento em diversas residências e corte de energia.
De acordo com o Cepagri/Unicamp, ch0veu 27,9 mm em 270 minutos. Nas últimas 72 horas já foram registrados 92 milímetros de chuva. O valor representa quase o triplo da média esperada para o mês, que é de 35,4 mm. Segundo o Cepagri, permanecem até terça as condições de tempo instável, com céu variando entre nublado e parcialmente nublado, com pancadas de chuva que podem vir acompanhadas de temporal.
Os relatos foram de quantidade incomum de raios durante a tempestade. Um dos bairros mais atingidos foi o Alto Taquaral, com queda de grandes árvores na avenida Theodureto Camargo. Quedas de árvores também foram registradas nas ruas Major Solon e Brás Cubas e avenida Julio de Mesquita, entre outros locais, o que motivou interdição de tráfego e muitos transtornos.
O Galleria Shopping teve praticamente destruída toda a sua cobertura. Muitas casas também foram atingidas próximas ao shopping e no condomínio Caminhos de San Conrado, em Sousas.
Na sexta-feira, dia 3 de junho, o prefeito Jonas Donizette apresentou um conjunto de medidas adotadas pela Defesa Civil, justamente visando a redução de riscos de desastres na cidade. Entre as medidas estão o decreto que reorganiza o sistema de proteção e defesa civil, a criação de um Comitê Municipal de Gestão de Risco e parcerias com o Cepagri da Unicamp e CPFL. O prefeito também recebeu na ocasião o certificado da ONU por promover o conceito de Cidades Resilientes no Brasil.
O diretor da Defesa Civil de Campinas e coordenador regional, Sidnei Furtado, destacou a complexidade para a adequação ao novo decreto e lembrou que Campinas é a primeira cidade brasileira a reorganizar o Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil. Desde 2013 Campinas é certificada como a primeira cidade brasileira a ser considerada modelo da “Campanha Construindo Cidades Resilientes”.
MAIS CENAS DO PÓS-TEMPESTADE EM CAMPINAS