Atingida pelo fenômeno que os meteorologistas batizam de “microexplosões”, de características semelhantes às de um tornado, Campinas tenta se reconstruir a partir desta segunda-feira, dia 6 de junho. A Prefeitura anunciou a presença de 1.200 servidores nas ruas para a reconstrução das áreas atingidas temporal com granizo, múltiplas descargas atmosféricas e ventos que chegaram a mais de 100 km por hora na madrugada deste domingo, 5 de junho. A cidade também vive desde a semana passada com os efeitos da greve do funcionalismo municipal e do rompimento do contrato com a Prefeitura da empresa que fazia segurança e limpeza em prédios públicos.
Segundo a Prefeitura, a Defesa Civil fez 301 vistorias, detectando 11 pontos de alagamentos, quatro feridos e uma família desalojada, que foi para a casa de familiares. Durante a tempestade, que durou cerca de 45 minutos, a velocidade dos ventos ficou entre 100km/h e 120km/h e foi registrado um volume de 74 mm de chuva. Para o mês de junho, a previsão era de 35 mm.
O prefeito Jonas Donizette declarou que a prioridade neste domingo foi a desobstrução das vias públicas, para que não haja problemas no trânsito no início da semana. Neste domingo, de acordo com a Prefeitura, um efetivo de cerca de 300 profissionais, entre servidores da Secretaria de Serviços Públicos, Emdec e Defesa Civil, trabalhou durante todo o dia na retirada de árvores e galhos e também na vistoria de imóveis e conserto de semáforos. Os profissionais contaram, ainda, com 30 caminhões e 15 máquinas.
De acordo com a diretora do Cepagri de Campinas, Ana Ávila, o município foi atingido por um fenômeno chamado “microexplosões”, que causa estragos semelhantes aos de um tornado. “Durante o dia chegamos a divulgar, a partir da análise das imagens e da trajetória da tempestade, que Campinas havia sido atingida por um tornado. Após novas analises, concluímos tratar-se de microexplosões, que causam danos muito semelhantes ao de um tornado”, explicou, conforme nota da Prefeitura. Ainda segundo a diretora, para os próximos dias estão previstas novas tempestades na cidade, com a incidência de ventos fortes.
Energia e risco com fios – Às 18 horas deste domingo, a CPFL Paulista também divulgou nota, destacando que, em razão da tempestade e das “microexplosões” que atingiram Campinas nesta madrugada, acompanhados por descargas atmosféricas e granizo, todas as equipes da empresa estavam mobilizadas para restabelecer o fornecimento de energia em alguns bairros da cidade, como São Quirino, Taquaral, Novas Campinas e a região próxima do Galleria Shopping. O restante da cidade estava com o fornecimento de energia normalizado, segundo a empresa.
Em função da violência dos ventos, que derrubou árvores e o destelhou casas e estabelecimentos comerciais, danificando gravemente a rede elétrica da concessionária com a derrubada de postes e o rompimentos de cabos e fios, a CPFL Paulista informou aos seus clientes destes bairros que o restabelecimento total do serviço de energia deveria levar algumas horas.
As equipes e o Centro de Operações da CPFL Paulista informaram que, no pico das ocorrências, 100 mil clientes chegaram a ficar desligados devido aos danos causados na rede elétrica. Às 14h, 17 mil consumidores permaneciam sem luz nos locais mais afetados, e as equipes operacionais seguiam em campo em regime de contingência para normalizar o quanto antes a situação.
A CPFL Paulista alertou que, em razão do grande volume de cabos e fios caídos no chão, alguns cuidados devem ser tomados por todos para aumentar a sua segurança: Não se aproxime e não toque nos cabos elétricos rompidos pela queda de árvores e objetos; Não se aproxime de carros e barra metálicas que estiverem em contato com cabos e fios elétricos partidos; Fique longe de poças d’águas que estiverem em contato com cabos e fios elétricos partidos.