Agência Social de Notícias Notícias
O programa Jardins Comestíveis chama atenção para segurança alimentar e instala viveiro-escola permanente em comunidade
Em todo dia 22 de abril, desde os anos 70, é celebrado o Dia da Terra, movimento ambiental global, presente em 196 países, que engaja mais de 1 bilhão de pessoas. Haverá a segunda edição em São Paulo, no Parque Guaratiba, em Guaianases, zona Leste paulistana, reinaugurando a obra Renda Guaianás (2022), do artista franco-tunisiano Jean Paul Ganem. Nesta segunda fase, a obra de land art, que integra o programa Jardins Comestíveis, terá 500 metros lineares, em uma área de 6 mil m², construída com mais de 12 mil mudas de plantas comestíveis. O local será um viveiro-escola, com atividades permanentes envolvendo a comunidade do entorno. Segundo Mozart Mesquita, líder da organização no Brasil, “a proposta é fazer um projeto modelo, que funcione em muitas comunidades, trazendo segurança e qualidade alimentar, capacitação profissional e geração de renda”.
“Segurança alimentar é um direito básico, parte da jornada para um futuro mais sustentável e igualitário, acessível a toda a sociedade. Apoiar iniciativas como os Jardins Comestíveis está alinhado com nosso propósito de gerar impacto social e melhorar a vida dos trabalhadores brasileiros e de suas famílias, além de representar uma das ODS com as quais estamos comprometidos”, afirma João Altman, diretor-executivo de pessoas, marca, cultura e sustentabilidade da VR.
As ações serão iniciadas em 16 de abril, com plantio de mudas por jardineiros formados em oficinas do programa, ministradas por uma equipe de especialistas em agrofloresta e permacultura. Os participantes das oficinas terão experiências teóricas e práticas como combinar espécies, preparar, afofar e cobrir o solo, realizar adubação etc.
No dia 21 de abril, escolhido para início das celebrações do Dia da Terra por ser domingo, haverá apresentação dos primeiros resultados da obra Renda Guaianás, em processo de reconstrução, que será entregue completa em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. A programação inclui mutirão para plantio artístico de mudas (begônia, asa de anjo, azedinha, peixinho, batata doce verde clara, alface roxa, alface verde, batata roxa), coleta de folhas caídas e realocação embaixo das árvores para adubação, caminhada para reconhecimento de plantas, ação de limpeza do lixo fora das lixeiras e campanha de conscientização sobre a importância das hortas urbanas.
A partir do dia 22, serão mantidas as oficinas e, na entrega da obra, em junho, os novos jardineiros receberão certificado de formação. Em maio, em data a definir, será organizada uma visita à cozinha da dona Elena, que mantém uma das maiores e mais antigas hortas comunitárias de São Paulo; através dela, serão recrutados guardiões da Renda Guaianás, que farão a manutenção do viveiro-escola.
A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e o Dia da Terra Brasil apresentam o projeto Jardins Comestíveis, executado com Pro-Mac, Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais, com o patrocínio das empresas VR e Helbor.
Dia da Terra – 22 de abril
A data marca a primeira grande manifestação pública, nos anos 70, com o objetivo de chamar a atenção para as questões ambientais. Mais de 20 milhões de pessoas nos EUA foram às ruas, em um movimento que não parou de crescer e hoje está em quase 200 países, mobilizando cerca de 1 bilhão de pessoas, com apoio de governos e grandes plataformas de mídia, como Google etc. A proposta da organização é atuar dentro de um tripé: celebração, campanhas ativas de conscientização e programas objetivos de redução de impacto da atividade humana na Terra.
O Dia da Terra chegou ao país através dos organizadores do movimento canadense, que trouxeram o apoio do governo de Quebéc. O movimento conquistou instituições francesas, como Consulado Geral da França e Câmara de Comércio França-Brasil, e tem o apoio de instituições públicas e privadas no estado de SP. Em PE, atua junto à Universidade Rural, que também prepara ações de celebração em abril.
Jardins Comestíveis é um programa brasileiro, que trata de segurança alimentar, geração de renda, hortas urbanas, cooperação comunitária, revitalização de áreas degradadas, entre outros temas da cidade e do campo. O programa Floresta do Amanhã, com grandes resultados no Canadá, atua no reflorestamento e projeta participar da recomposição de 1,5 milhão de hectares de floresta em SP, meta a ser atingida em etapas, até 2050. Iniciativas relacionadas a mudanças climáticas e de matriz energética, entre outras, compõem programas bem-sucedidos no exterior, que deverão ser implantados pela organização Dia da Terra Brasil.
Jean Paul Ganem
Artista plástico franco-tunisiano, Jean Paul Ganem cria suas obras através da modificação da paisagem, incluindo agricultura urbana, geração de renda e segurança alimentar como temas de sua produção.
Autor de dezenas de trabalhos de land art ao redor do mundo, entre eles o emblemático projeto “Le Jardin des Capteurs”, em Montreal, em 2000, desenvolvido em parceria com o Dia da Terra Canadá, a companhia circense Cirque du Soleil e a prefeitura da cidade canadense. A construção envolveu a transformação de um aterro sanitário em parque, com o envolvimento da comunidade e de presidiários, que tiveram suas penas atenuadas por serviços prestados à sociedade, onde empregaram técnicas de jardinagem adquiridas nas oficinas do projeto.
Em seus trabalhos é possível identificar a união de gastronomia e paisagismo (Singhampton Project, 2012, Ontario, Canadá), e o estímulo à interação entre comunidades e áreas do entorno de suas obras (Le Jardin des Fissures, 2013, Aubervilliers, França).
No Brasil, Jean Paul Ganem concebeu o boulevard externo do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, realizou “Caminhos do Rio”, no Jardim de Botânico de São Paulo, além de obra na zona Leste paulistana -Renda Guaianás, 2022 e 2024, em Guaianases, dentro do programa Jardins Comestíveis, que terá atividades em outras cidades dos estados de SP, PE, PA e AM.
Percurso artístico
Chegou a Paris com um ano de idade, se tornando cidadão francês com 7 anos. Aos 25, começou a estudar arte em residência artística, se dedicando à pintura e participando de exposições na capital francesa nos anos 90. Com 30 anos, iniciou contato com as regiões agrícolas, fazendo intervenções no campo e pesquisando linguagens, tendo concluído mais de 50 obras. Mudou-se para o Canadá aos 36 anos, onde trabalhou em grandes áreas rurais e na recuperação de locais degradados. Veio ao Brasil na década de 80, retornando várias vezes, realizando obras em SP e RJ; recentemente, fixou residência no país.
Jean Paul Ganem é hoje um dos mais importantes artistas de land art do cenário internacional. Segundo ele, “o homem e a terra constroem a arte” que ele exibe ao público, integrando plantio, colheita, nutrição e outros aspectos da interação humana com a natureza em sua concepção artística.
SERVIÇO
Evento: DIA DA TERRA – 22 de abril
Projeto: Jardins Comestíveis
Datas das atividades:
16 de abril – início do plantio de mudas
21 de abril – atividades no Parque Guaratiba para apresentação da obra ao público
22 de abril – lançamento campanha de conscientização
5 de junho – entrega da obra completa e celebração do Dia do Meio Ambiente
Local: Parque Guaratiba
Endereço: Rua Salvador Gianetti, 305 – Guaianases, São Paulo/SP
Na web: https://diadaterra.org/
