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Elementos tóxicos encontrados nas águas dos rios paulistas em 2014
Rio Atibaia seco em 2014: estiagem agravou má qualidade das águas paulistas (Foto Adriano Rosa)

Elementos tóxicos encontrados nas águas dos rios paulistas em 2014

Por José Pedro Martins

Em 2014, ano marcado por forte estiagem e agravamento da má qualidade das águas, foram encontrados elementos tóxicos em vários rios de São Paulo, incluindo corpos hídricos da Grande São Paulo, na bacia do Alto Tietê, da região de Campinas, nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), e da Baixada Santista. Os dados estão no relatório “Qualidade das águas superficiais no estado de São Paulo 2014″, da Cetesb, a agência ambiental do governo paulista.

O estudo observa que a verificação da ocorrência de efeitos tóxicos é utilizada, pela CETESB, para avaliação das condições de qualidade das águas de rios e reservatórios, no que se refere à proteção das comunidades aquáticas. Com esse propósito, explica a agência, foram realizados em 2014 ensaios ecotoxicológicos com o microcrustáceo Ceriodaphnia dubia em 330 pontos de monitoramento no Estado de São Paulo.

E o resultado foi que em somente uma das 22 bacias hidrográficas paulistas, a da Mantiqueira, não foi constatado qualquer efeito tóxico em 2014, o que indicaria a adequação de suas águas em termos ecotoxicológicos, embora nesta bacia “tenham sido monitorados somente quatro pontos”, observa a Cetesb.

As bacias com pior condição das águas foram as do PCJ (região de Campinas), Alto Tietê (Grande São Paulo), do Litoral Norte, Pardo, Baixada Santista, Sapucaí/Grande, Mogi Guaçu, Sorocaba/Médio Tietê, Ribeira de Iguape/Litoral Sul, Baixo Pardo/Grande, Tietê/Jacaré e Pontal do Paranapanema, que apresentaram “percentuais de ocorrência de toxicidade crônica acima da média do Estado (22%) e/ou toxicidade aguda em suas águas”.

Na região de Campinas, situada nas bacias PCJ, segundo o relatório da Cetesb, houve “toxicidade aguda registrada em dois afluentes do Rio Piracicaba, o Ribeirão Quilombo (QUIL03900), no município de Americana, e o Ribeirão dos Toledos (TOLE03900), em Santa Bárbara do Oeste, nos quais os efeitos podem estar associados aos teores de cobre e de amônia detectados na água”. No Ribeirão dos Toledos, completa o documento, “detectou-se, ainda, níquel em concentrações capazes de causar os efeitos tóxicos mencionados”.

Na Baixada Santista, no município de Cubatão, foi detectada a ocorrência de toxicidade aguda nas águas do Rio Moji (MOJI02800) e no Rio Piaçaguera (PIAC02700). Neste último, diz o relatório, “foram verificados na água baixo valor de pH (2,9 em maio) e metais (alumínio dissolvido, cobre dissolvido, cromo, zinco e níquel) em concentrações capazes de causar os efeitos tóxicos detectados. Além disso, verificou-se a presença de HAPs (hidrocarbonetos aromáticos policíclicos)”.

No Alto Tietê, onde está a Grande São Paulo, foi identificada toxicidade aguda no Ribeirão Perová (PEOV03900), localizado no município de Itaquaquecetuba, em todas as amostras analisadas no ano, conforme já verificado em 2013. Tais efeitos, entende a Cetesb, podem estar relacionados às concentrações de metais (cobre dissolvido, alumínio, níquel e zinco) e de amônia detectadas nas suas águas.

“O Rio Baquirivu-Guaçu (BQGU03150), em Arujá, também continua apresentando toxicidade aguda. Conforme verificado em anos anteriores detectou-se na água cobre dissolvido, níquel, zinco e amônia em concentrações capazes de causar os efeitos tóxicos observados. Cabe lembrar que este corpo d’água apresenta toxicidade aguda desde 2000, e já foi realizado um estudo de AIT (Avaliação e Identificação de Toxicidade) em suas águas, que identificou como agentes tóxicos zinco e compostos orgânicos não polares (CETESB, 2005)”, cita o relatório.

São outros indicadores confirmando a má qualidade das águas nos rios paulistas, acentuada pela estiagem intensa. E são também informações ratificando a necessidade de melhoria do controle das fontes de poluição, urbanas, agrícolas e industriais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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