O novo governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), vai encontrar um estado líder em alguns dos piores indicadores sociais do país. O governador comunista terá, então, uma série de desafios para enfrentar, podendo representar o começo da superação de situações decorrentes de décadas de poder oligárquico.
O Maranhão é o segundo estado com pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O estado obteve um IDH de 0,639 em 2010, atrás somente do IDH de Alagoas, de 0,631. No Indicador de Renda, um dos componentes do IDH, Maranhão lidera o ranking negativo, com IDH de 0,612. No Indicador Longevidade, o Maranhão teve IDH de 0,757, atrás somente do IDH de Alagoas, de 0,755. E no Indicador Educação, o Maranhão tem o nono pior desempenho.
Os desafios educacionais no Maranhão são confirmados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2013. O Ideb do Maranhão nas séries iniciais do ensino fundamental foi de 4,1, muito abaixo da meta de 4,9, e também abaixo da média brasileira, de 5,2. Nas séries finais do ensino fundamental, o Ideb do Maranhão também foi de 4,1, abaixo da meta de 4,4 e da média nacional, de 4,2. E no ensino médio, o Ideb maranhense foi de 3,0, muito abaixo da meta de 3,9 e da média brasileira, de 3,7.
O Maranhão tem ainda o quinto pior índice estadual em mortalidade na infância, com 23,47 por 1.000 nascidos vivos. Também tem o terceiro pior índice em mortalidade materna, de 86,7 óbitos por 100.000 nascidos vivos. Do mesmo modo, ocupa o quarto lugar em incidência de gravidez na adolescência, de 25,96% dos nascimentos. E também ocupa a quinta posição em termos de crianças e adolescentes em situação de trabalho, com 11,07% da população nessa faixa etária. Estes últimos dados estão na publicação “Desafios na Infância e na Adolescência no Brasil – Análise Situacional nos 26 estados brasileiros e Distrito Federal”, da Fundação Abrinq.
O governador comunista do Maranhão também tem muitos desafios para deter a escalada da violência no estado. Entre 2002 e 2012 o número de homicídios no Maranhão cresceu 203,6%, índice abaixo apenas dos observados no Rio Grande do Norte e Bahia. O crescimento da taxa de homicídios por 100.000 habitantes no período também coloca o Maranhão em terceiro lugar nacional, atrás de RN e BA. Rebeliões em presídios maranhenses em várias oportunidades em 2014 deixaram o Brasil estarrecido pelo grau de barbárie.