A Região Metropolitana de Campinas (RMC) foi um dos destaques de projeto apresentado na Terceira Conferência das Nações Unidas sobre Moradia e Desenvolvimento Sustentável, a Habitat III, que acaba de ser realizada em Quito, no Equador. A RMC foi apresentada no contexto do Atlas do Desenvolvimento Humano das Regiões Metropolitanas Brasileiras, divulgado na Habitat III pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Concebido pelo PNUD Brasil, e construído pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) e Fundação João Pinheiro, o Atlas do Desenvolvimento Humano contempla dados de 20 das 70 regiões metropolitanas brasileiras e representa uma plataforma de apoio à elaboração e execução de políticas públicas, em diversas áreas.
De acordo com o Atlas, que considerada dados do Censo do IBGE de 2010, a Região Metropolitana de Campinas está no terceiro lugar em desenvolvimento humano (IDH de 0,792), atrás apenas das regiões metropolitanas de São Paulo (IDH 0,794) e do Distrito Federal e Entorno (IDH 0,792).
No quesito Longevidade, um dos indicadores que formam o IDH, a RMC aparece em primeiro lugar, com IDH 0,858, à frente do DF (IDH 0,857) e Porto Alegre (IDH 0,855). Na IDH Educação, a RMC figura em terceiro lugar (IDH 0,726), atrás das regiões metropolitanas da Grande São Luís (IDH 0,737) e do Vale do Paraíba e Litoral Norte (IDH 0,732). No quesito Renda, o último dos indicadores considerados no IDH, a RMC aparece em quarto lugar (IDH 0,798), atrás das regiões metropolitanas do DF e Entorno (IDH 0,826), São Paulo (IDH 0,812) e Curitiba (IDH 0,803).
O Atlas foi apresentado pelo PNUD Brasil como uma ferramenta a ser utilizada na construção de assentamentos humanos mais sustentáveis e inclusivos. Exatamente o foco da Habitat III.
Habitat III – Realizada entre os dias 17 e 20 de outubro, em Quito, Equador, a Habitat III aprovou a Nova Agenda Urbana, um documento que vai orientar a urbanização sustentável pelos próximos 20 anos. “A Nova Agenda Urbana é uma agenda ambiciosa que visa preparar o caminho para tornar as cidades e assentamentos humanos mais inclusivos, assegurando que todos possam se beneficiar da urbanização, e prestando especial atenção naqueles em situação de vulnerabilidade. É uma visão de sociedades pluralistas, sustentáveis e resilientes a desastres e que promovam o crescimento econômico verde. Acima de tudo é um compromisso – um compromisso que vamos todos juntos assumir, com a responsabilidade de todos em direção ao desenvolvimento do nosso mundo urbanizado comum”, afirmou no final da Conferência o secretário-geral do evento, Joan Clos.
Participaram da Habitat III mais de 30.000 pessoas, sendo 10.000 participantes internacionais de 167 países, 16.500 participantes nacionais e 3.500 funcionários credenciados. Habitat III teve a participação mais forte da sociedade civil e autoridades locais da história das conferências anteriores das Nações Unidas. Mais de 2.000 representantes de governos locais e regionais receberam credenciamento.
Os delegados participaram de 8 reuniões plenárias, 4 em conjunto, 6 mesas redondas de alto nível, 16 mesas redondas de partes interessadas e uma grande variedade de palestras, apresentações, conferências de imprensa e eventos de rede. A Habitat Village, espalhada por Quito, e uma exposição que a acompanha atraíram a participação do público em geral, juntamente com os participantes inscritos.
A Habitat I foi realizada em 1976, em Vancouver, no Canadá. A Habitat II foi realizada 20 anos depois, em 1996, em Istambul, na Turquia, já no contexto das discussões sobre desenvolvimento sustentável, incrementada na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, no Rio de Janeiro, de 1992. A Habitat III é a primeira grande conferência da ONU após a adoção dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que vai vigorar até 2030, e também foi realizada no novo cenário desenhado pelo Acordo de Paris. Implementado a partir da próxima segunda-feira, 07 de novembro, o Acordo de Paris estabelece o compromisso da comunidade internacional com a redução das emissões que agravam as mudanças climáticas.