Governo, Congresso Nacional e sociedade em geral estão cada vez mais mobilizados diante do agravamento da crise de água nos principais centros produtivos do país e, também, em função da forte possibilidade de racionamento na energia elétrica nos próximos meses, se a situação dos reservatórios não for melhorada. Nesta sexta-feira, dia 7 de novembro, O nível dos três principais reservatórios de água que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), a mais populosa e rica do Brasil, continuou em queda, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Apesar do uso do Volume Morto, o Sistema Cantareira, que fornece água para 6,5 milhões de pessoas, teve reduzido o volume de 11,7% para 11,6%. No Alto Tietê, responsável pelo abastecimento de 4,5 milhões de pessoas, o nível caiu de de 8,6% para 8,5%. O índice do Guarapiranga, que fornece água para 4,9 milhões de moradores da região, teve queda de 37,1% para 37%.
O Rio de Janeiro, segundo estado mais populoso e rico do país, e que é abastecido em grande parte pelo rio Paraíba do Sul, já solicitou à Agência Nacional de Águas (ANA) apoio para elaboração de um Plano de Contingência Hídrica. O secretário do meio ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Francisco Portinho, enviou ofício nesse sentido ao presidente da ANA, Vicente Andreu.
“Caso se confirme a hipótese do agravamento da situação atual na bacia do Paraíba do Sul, com a estiagem se prolongando para o ano de 2015, consideramos essencial o estabelecimento de um plano de contingência para a segurança hídrica do estado, de modo que se incorpore, além dos impactos relacionados à quantidade, também aqueles relacionados à qualidade da água para atendimento da demanda, especialmente o abastecimento da população”, afirma o secretário no ofício. Os reservatórios de Paraibuna e Santa Branca, no Paraíba do Sul, chegaram hoje a 4,48% e 3,13% de capacidade, respectivamente.
Risco para o abastecimento de água, e também de racionamento de energia. Nesta sexta-feira, 7 de novembro, o nível dos reservatórios que compõem o Sistema Interligado Nacional de energia elétrica chegou a 26,62%. Em algumas bacias, o índice é desesperador. Na bacia do rio Grande, os reservatórios de Camargos e Caconde estão em 1,21% e 3,99%, respectivamente.
Uma nota do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico destacou que o risco da falta de energia no ano de 2015 chegou a cinco por cento, limite máximo considerado tolerável pelo governo. Diante disso, a Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado já prepara audiência pública para discutir o risco de falta de energia no país. Na Câmara dos Deputados também há um movimento em relação ao grave risco de racionamento de energia e agravamento da crise hídrica nos principais centros produtivos e populosos do país.