A forte estiagem que vigora em grande parte da Região Sudeste do Brasil está comprovando que a crise hídrica ainda não foi superada na Região Metropolitana de Campinas (RMC) e em toda a área das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Deste a manhã desta quarta-feira, 6 de setembro, a RMC e bacias PCJ estão recebendo carga adicional de água liberada pelo Sistema Cantareira, para atenuar os efeitos da seca prolongada. É evidente que toda essa região continua vulnerável aos impactos das mudanças climáticas em curso e que as medidas tomadas até o momento pelo poder público, estadual e federal, não são suficientes para evitar problemas de abastecimento se a estiagem se estender por um longo período.
A liberação de mais água para a região de Campinas e conjunto das bacias PCJ apenas foi possível em função das regras em vigor no contexto da nova outorga concedida para a Sabesp gerenciar o Sistema Cantareira. Pelos termos da antiga outorga, o Cantareira liberava até 5 metros cúbicos por segundo para o PCJ. Pelas novas regras, fornece até 10 m3/s no período seco, de junho a novembro.
O Cantareira já estava liberando sete metros cúbicos por segundo e a partir de hoje a liberação é de 9,25 metros cúbicos por segundo. Cada metro cúbico equivale a mil litros de água.
Como destaca o Consórcio Intermunicipal das Bacias PCJ, os rios da região seguem com vazões bem baixas. O rio Atibaia no ponto de controle “Captação Valinhos”, por exemplo, está apresentando 11,89 m³/s, bem próximo da vazão mínima de segurança, estabelecido pela nova outorga do Cantareira que determina que sejam assegurados nesse ponto, ao menos 10 m³/s.
Outro ponto de controle é o no rio Jaguari em Buenópolis, que está apresentando 6,17 m³/s bem acima do mínimo de segurança, que é de 2 m³/s. Já o rio Piracicaba, em Piracicaba, completa o Consórcio PCJ, está apresentando na manhã dessa quarta-feira 31,73 m³/s. Em outras estiagem do passado, quando esse ponto apresentou vazões abaixo de 40m³/s, o Consórcio PCJ chegou a solicitar à Agência Nacional de Águas (ANA) o aumento da vazão do Cantareira para 12 m³/s.