Por José Pedro Soares Martins
O jornalista e cientista político Dermi Azevedo é um dos profissionais de Imprensa que mais lutaram pela liberdade de opinião e expressão durante o regime militar. Preso político na ditadura, exilou-se no Chile entre 1970 e 1971. Atuou em alguns dos principais órgãos de comunicação do Brasil, como “Folha de São Paulo”, “Manchete” e “Veja”.
Em 1982, Dermi Azevedo foi um dos fundadores do Movimento Nacional dos Direitos Humanos (MNDH), no I Encontro Nacional de Direitos Humanos realizado de 20 a 24 de janeiro, no Centro de Estudos Franciscanos e Pastorais para a América Latina (Cefepal), em Petrópolis (RJ).
Participaram representantes de 33 organizações que se destacaram na defesa dos direitos políticos e sociais na ditadura, como Comitê Brasileiro pela Anistia, Grupo de União e Consciência Negra, Movimento Justiça e Direitos Humanos (MJDH), além de nomes como o teólogo Frei Leonardo Boff.
Desde 1982, a defesa da liberdade de informação e expressão tem sido um dos pilares da atuação do Movimento Nacional dos Direitos Humanos. Liberdade que, nos dias atuais, está longe de ser respeitada de forma plena, sustenta Dermi Azevedo. “A distância entre o texto da Declaração Universal e a realidade dos fatos é visível e notória. Basta ler as manchetes dos jornais: ainda é muito grande o número de cidadãos que não pode exercer o seu direito fundamental à liberdade de pensamento e à difusão de suas idéias, como preconiza o artigo 19″, comenta.
Para o jornalista e cientista político, “apenas recentemente a opinião pública passa a ter uma maior consciência crítica diante da manipulação das informações que lhe dizem respeito. Mas esses dados do cotidiano da cidadania são contaminados, de forma quase automática, pelas chamadas fakes, ou seja, pelas falsas informações que invadem a mídia”, alerta
(19º artigo da série DDHH Já, sobre os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos no cenário brasileiro. No 19º dia do mês de janeiro de 2019, o artigo corresponde ao Artigo 19: Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras)