Por Eduardo Gregori
Entramos na terceira semana desde que o Estado de Emergência chegou ao final em Portugal. É estranho poder andar na rua sem a sensação de estar fazendo algo proibido. Confesso que muitos de nós aqui em Lisboa nos tornamos conscientes sobre a importância de ficar em casa. Os números confirmam as previsões de que os infectados pelo coronavírus iriam subir, uma vez que com o fim do Estado de Emergência as pessoas teriam de voltar ao trabalho, utilizar transportes públicos e estarem mais próximas novamente.
Não foi uma decisão aleatória do governo. Foi muito bem pensado. Até mesmo porque, se tudo corresse mal, seríamos obrigados a voltar ao confinamento. Entretanto, apesar do aumento de casos em Lisboa, tudo está correndo dentro do esperado e, por outro lado, o número de curados também tem aumentado e o de mortes se estabilizando.
As lojas com 400 metros quadrados foram autorizadas a abrir, assim como os cabeleireiros e barbearias. Saí de casa para atravessar o rio e buscar uma bicicleta. Tenho que me movimentar e perder os quilos que ganhei dentro de casa.
Fiquei apreensivo de tomar o barco pois seria a primeira vez em dois meses que estaria com mais pessoas que não Paulo, meu companheiro de vida. No barco as pessoas iam tranquilas e com a consciência do afastamento. E quem ia sem máscara a polícia lembrava da exigência. Não entra no transporte quem não usa alguma proteção.
O barco atraca em Lisboa e parece que estou em uma outra cidade. A Praça do Comércio, a Ribeira das Naus e a Rua Augusta estão completamente desertas. É bizarro. Normalmente, estariam lotadas de portugueses atrás de um dia de sol e calor e de turistas amontoados na beira do Tejo.
A cena me mostra o quanto Portugal aderiu ao confinamento, mesmo quando não é mais obrigatório. Obviamente há quem não siga este modelo, como um jovem que insistia em entrar em uma loja e lá dentro já haviam outras duas pessoas, a lotação máxima.
Os restaurantes acabaram de reabrir e ainda não se sabe qual será a reação das pessoas, se voltarão correndo ou se terão um certo medo. E as praias? Com o verão batendo na porta, o governo corre para decidir o que fazer quando o calor e o sol chegarem e convidarem toda a gente para sair de casa. Assim vamos nos adaptando. Não há um dia sem novidades, regras e pedidos para encararmos esse novo jeito de viver.
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