Depois de uma leve recuperação, em função das fortes chuvas do início do Verão, o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira voltou a cair neste domingo, 28 de dezembro, para 7,3%, contra 7,4% nos dois dias anteriores. Formados por águas da bacia do rio Piracicaba, os reservatórios do Cantareira abastecem metade da Grande São Paulo e têm influência direta nas condições de abastecimento na região de Campinas. Sem fortes chuvas para recompor os reservatórios, o Cantareira pode chegar em janeiro abaixo de 10%, o que indica a possibilidade de agravamento da crise hídrica em 2015. Em janeiro de 2014 eles estavam em pouco mais de 20%, considerando apenas o Volume Útil.
O Cantareira apenas está com 7,4% neste final de ano porque desde o dia 16 de maio a Sabesp, que gerencia o Sistema, passou a utilizar o chamado Volume Morto. Desde aquela data foram acrescidos 18,5% ao nível do Cantareira, que estava então com 8,2%. O volume passou então para 26,7%. Com quedas sucessivas, em 24 de outubro a Sabesp passou a utilizar a segunda e última cota do Volume Morto, adicionando mais 10,7% ao Cantareira, que passou então de 2,9% para 13,6%.
Agora o Cantareira continua com menos de 10%, próximo de iniciar 2015, e sem a possibilidade de uso de um suposto Volume Morto. A possibilidade de colapso no abastecimento na região mais populosa do país aumenta a cada dia sem chuvas que recomponham o Sistema.
Os demais sistemas que abastecem a Grande São Paulo estão estacionados ou diminuindo, com exceção do Sistema Guarapiranga, que aumentou de 40,5% para 40,8%, e do Rio Claro, que cresceu de 33,3% para 33,4% entre ontem e hoje. O Sistema Cotia caiu, de 31,7% para 31,6%. O Sistema Rio Grande também caiu, de 71,5% para 71,3%. O Sistema Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, ficou estacionado em 12,1%.