Lá embaixo tudo caminhava para o nada, a não ser para o tal papagaio que insistia em voar. E voava para conduzir os sonhos. Como se não existisse nada a fazer, ele se deixava voar sobre o nada.
Assim como o papagaio, que voava ao gosto do vento, a vida tinha lá seus truques. E seguia sua própria imaginação. Assim seguia a viagem.
Antonieta levou sua viagem assim ao Deus dará. E, como o papagaio, deixou-se levar pelo vento. A condução da vida seguiu assim o exemplo do papagaio.
Percebeu-se que deste modo tudo iria ficar confiável. Até o papagaio percebeu que tinha chegado seu momento de se mostrar a que veio. Começou a voar como louco, dando piruetas no ar.
Lá embaixo, todos observavam o espetáculo. Se outra linha se enroscasse com a dele, sabe-se lá o que iria acontecer. Neste caso, um papagaio iria por terra e lá embaixo todos estavam a postos para agarrá-lo.
Ou seja, assim como o balão tinha seu orgulho, o papagaio também o tinha. E a caminhada seguia adiante. Assim era a vida do papel no ar. Ora no balão ora nos flutuantes com linha, o papel sempre ria no final.