São Paulo passa pela maior crise hídrica de sua história, mas os sites do governo de São Paulo de setores relacionados ao tema simplesmente ignoram a questão. O portal do governo e os sites das secretarias estaduais de Meio Ambiente e de Saneamento e Recursos Hídricos não dão o menor destaque, em sua “home”, para o tema que inquieta um número cada vez maior de paulistas. Somente o site da Sabesp faz alguma referência, mas sem dar grande destaque. Especialista em Direito Ambiental, o professor Dr.Paulo Affonso Leme Machado assinala que o direito à informação é previsto na legislação sobre recursos hídricos e saneamento.
O site da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos (www.saneamento.sp.gov.br), que tem ligação direta com a questão da crise hídrica, tem, como destaque em sua “home”, informações desatualizadas, como uma Base de Dados sobre Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais, de 2011; o Edital de Convocação para Cadastramento e Eleição do Segmento Sociedade Civil junto ao Conselho Estadual de Saneamento, de 2013; o Decreto 56.635, de 1 de janeiro de 2011, que “transforma a Secretaria de Saneamento e Energia em Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos (SSRH)”; e sobre o Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Alguns programas e projetos da Secretaria, o Plano de Diretor de Aproveitamento dos Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista (de 2013) e notícias sobre os Serviços oferecidos pela pasta complementam a “home”. O único item com alguma referência à crise hídrica é o que apresenta a Situação dos Mananciais, no qual pode ser verificada a situação do nível dos reservatórios do Sistema Cantareira. Mas é um dado que apenas pode ser verificado no interior do site, não há referência na “home”.
Nenhuma referência sobre a crise hídrica, na “home” ou nas páginas internas, pode ser encontrada, igualmente, no site da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (www.ambiente.sp.gov.br). A única citação, indireta, está na notícia “Ações municipais para proteção das águas no estado de São Paulo 2014″. A notícia afirma: “Considerando o crescente aumento de demanda e pressão sobre os recursos hidricos no estado de Sao Paulo e, portanto, a necessidade de uma gestao pautada na sustentabilidade, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA), por meio da sua Coordenadoria de Planejamento Ambiental (CPLA), busca com a publicação ”Ações municipais para proteção das águas no estado de São Paulo 2014“ incentivar iniciativas voltadas à agenda da sustentabilidade nos territórios municipais, pois acredita que, somente com a participação de todos, – estado, municipio e sociedade –, é possível a proteção desses recursos essenciais à vida e às futuras gerações”. É uma notícia, então, sobre a publicação em foco.
O portal do governo de São Paulo (www.saopaulo.sp.gov.br), que em tese deveria destacar todas as ações importantes na esfera governamental, também não cita a crise hídrica. O site da Sabesp (www.sabesp.com.br) faz poucas referências à crise hídrica, e sem nenhum destaque. O site divulga por exemplo o discurso de posse do novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, e as medidas de economia no uso de água. Mas não aborda diretamente questões como eventual racionamento ou rodízio, que vêm sendo sempre citados pela imprensa.