Pelo segundo dia consecutivo, quatro sistemas de abastecimento de água da Grande São Paulo apresentaram queda de volume nesta quarta-feira 15 de abril. Outros dois, inclusive o Sistema Cantareira, continuam estacionados, configurando um quadro geral novamente preocupante para o abastecimento da Grande São Paulo e também para a região de Campinas, nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
Os sistemas que registraram queda são o Guarapiranga (83,5% para 83,3%), Alto Tietê (21,8% para 21,7%), Rio Claro (45,3% para 45,0%) e Rio Grande (96,3% para 96,1%). Os sistemas que permaneceram estacionados são o Cotia (64,6%) e Cantareira (19,9%).
Já é o quinto dia consecutivo que o Sistema Cantareira fica com 19,9% da capacidade, já considerando a utilização do Volume Morto. Com relação à mesma época do ano passado, o Cantareira está operando em volume 60% abaixo do que apresentava nesse mesmo período em 2014.
A situação do Sistema Cantareira e do Alto Tietê é a mais inquietante. O Cantareira abastece quase seis milhões de moradores e o Alto Tietê, 4,5 milhões de habitantes da Grande São Paulo. O Cantareira também tem repercussão direta no abastecimento de água da região de Campinas.
Nesta terça-feira, 14 de abril, o Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ) retomou as discussões sobre a renovação da outorga do Sistema Cantareira, com a realização de encontro técnico do Grupo de Eventos Extremos da entidade.
O encontro contou com depoimentos de representantes dos setores agrícola, industrial e serviços de abastecimento sobre a situação hídrica atual, além de ter a participação do Professor Doutor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Antônio Carlos Zuffo, que abordou a situação atual dos reservatórios e apontou que o Estado de São Paulo poderá passar por nova estiagem tão severa quanto a do ano passado ou pior de 2022 a 2025. Segundo ele, é necessário que os órgãos gestores se preparem para essa ocorrência climática.