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Região Metropolitana de Campinas é a segunda em desenvolvimento humano e tem desigualdades, diz PNUD
Apresentação do Atlas de Desenvolvimento Humano, no CIESP-Campinas (Foto José Pedro Martins)

Região Metropolitana de Campinas é a segunda em desenvolvimento humano e tem desigualdades, diz PNUD

Por José Pedro Martins

Com acentuadas desigualdades em seu território, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) é a segunda no Brasil pelos critérios do desenvolvimento humano apurados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), estando atrás somente da região metropolitana de São Paulo e ao lado do Distrito Federal e Entorno. As informações estão na nova edição do Atlas do Desenvolvimento Humano das Regiões Metropolitanas Brasileiras, divulgado hoje em Campinas pelo PNUD, em evento que contou com a presença do secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro.

De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano, a RMC tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,792, estando atrás da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), com 0,794, e ao lado do DF e entorno, também com 0,792. O IDH é tanto maior quanto se aproxima de 1.

O Atlas confirmou que há grandes disparidades de desenvolvimento no interior das regiões metropolitanas, e na de Campinas não é diferente.  A esperança de vida ao nascer, por exemplo, varia de 69,79 a 81,71 anos na RMC, dependendo do bairro/região, denominado no Atlas como Unidade de Desenvolvimento Humano (UDH).

Do mesmo modo, o percentual de pessoas de 18 anos ou mais com ensino fundamental completa varia de 37,91% a 95,73%, dependendo do bairro/região, ou UDH, dentro da RMC. Da mesma forma, a renda per capita média varia de R$ 401,13 a R$ 4.536,72, nos dois extremos de desenvolvimento dentro da RMC.

A primeira versão do Atlas foi lançada em novembro de 2014, com 16 regiões metropolitanas. A RMC e outras três regiões metropolitanas, as da Baixada Santista e Vale do Paraíba, em São Paulo, e Maceió (AL) foram agora incluídas no Atlas, como anunciou o PNUD.

Segundo o Atlas, a região metropolitana da Baixada Santista teve um avanço de 11% entre 2000 e 2010 em seu IDH, enquanto a RMC e a Região do Vale do Paraíba e Litoral Norte avançaram 11,5%.

Na RMC, houve evolução em todos os índices, embora as desigualdades permaneçam. A esperança de vida ao nascer aumentou de 73,04 para 76,46 anos entre 2000 e 2010. A mortalidade de crianças de até um ano caiu de 17,8 para 12,6 por mil nascidos vivos. A renda per capita aumentou de R$ 955,99 para R$ 1.148,94 no período. A proporção dos considerados pobres caiu de 6,49 para 2,74%, e entre os extremamente pobres, de 1,46 para 0,.73%.

Evolução também nos índices educacionais, mas com desafios. A proporção de crianças de 5 a 6 anos frequentando a escola aumentou de 71,98 para 95,64%. A proporção entre jovens 18 a 20 anos com ensino médio completo aumentou de 39,85% para 53,63%. Ou seja, quase metade da população nessa faixa etária não tinha o ensino médio completo.

O Atlas resulta de parceria entre o PNUD, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro (FJP). Os dados são calculados com base nos Censos Demográficos de 2000 e 2010, do IBGE.

O Atlas contempla a evolução dos indicadores de desenvolvimento humano entre 2000 e 2010 em 16 Regiões Metropolitanas Brasileiras. Além disso, faz uma radiografia do IDH de sub-regiões dentro dessas regiões metropolitanas, denominadas Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs). Ou é será possível verificar eventuais disparidades no desenvolvimento humano em territórios dentro da Região Metropolitana de Campinas.

Na primeira etapa do projeto foram reunidas informações de 16 RMs: Belém, Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Distrito Federal, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo e Vitória.

Política para idosos – O secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, destacou que a longevidade tem aumentado em todas as regiões. O gestor entende como muito positiva esta evolução, mas observa que por outro lado esse avanço gera a necessidade de aprimoramento das políticas públicas para idosos, com a estruturação de centros de convivência e outros serviços para atender a população nessa faixa etária, que é crescente. “Teremos que olhar cada vez mais para essa população, como já olhamos para as crianças com idade de frequentar a creche”, acentuou.

 

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