O acervo do Museu da Cidade foi depositado em uma salão da Estação Cultura e as atividades culturais passaram a acontecer no Centro de Cultura Caipira, no distrito de Joaquim Egídio. Parte do acervo seguirá para o antigo prédio do Instituto Brasileiro do Café, conhecido como “Casa de Vidro”, ao lado do Parque Portugal (Lagoa do Taquaral). Essas medidas relacionadas ao Museu da Cidade foram tomadas porque ainda não foi resolvido o impasse relativo ao espaço que a instituição ocupava no prédio da Fundição Lidgerwood, de propriedade de empresa do governo estadual. Em julho o governador Geraldo Alckmin havia prometido ao prefeito Jonas Donizette que após as eleições enviaria projeto para a Assembleia Legislativa, oficializando a cessão do imóvel para o município de Campinas.
O Museu da Cidade é uma instituição municipal que estava sediada, em regime de comodato, em prédio histórico pertencente à Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS). É uma empresa ligada ao governo de São Paulo, responsável pelas soluções de engenharia elaboradas para os órgãos da administração direta e indireta da administração estadual. No início do ano, a CPOS acenou com a possibilidade de finalização do acerto com o município de Campinas, o que levaria à necessidade de transferência do Museu da Cidade para outro local.
Como informou a Agência Social de Notícias (aqui), as incertezas sobre o futuro do Museu da Cidade motivaram um movimento entre artistas, produtores culturais e organizações sociais de Campinas. Entre outras ações, um debate público sobre o tema aconteceu no último dia 28 de junho, na Câmara Municipal, por iniciativa do vereador Gustavo Petta, motivado por uma discussão promovida pela Associação dos Amigos do Museu da Cidade.
O anúncio do governador Alckmin gerou esperança. “O governador disse entender o valor que o imóvel, que é histórico e tombado como patrimônio histórico, além do bem cultural que ele abriga, representam para a nossa cidade. Por isso, concordou em suspender o processo de comodato que, por ter chegado ao fim, obrigaria Campinas a devolver o imóvel. E, com a lei a ser votada na Assembleia, será possível acertar a doação em definitivo para a cidade”, afirmou o prefeito Jonas Donizette, após ouvir no dia 11 de julho a promessa de Alckmin.
Mas o impasse ainda não foi equacionado e o acervo do Museu da Cidade foi transferido, assim como suas atividades culturais. A Secretaria Municipal de Cultura informou à Agência Social de Notícias que o Museu “não está desativado e os funcionários não foram remanejados”.
Informou então sobre a transferência do acervo e ressaltou que a Casa de Vidro, localizada no Lago do Café, “pretende ser um espaço multicultural que contará com uma galeria para exposições temporárias, mini auditório para palestras e apresentações, espaço para ações educativas e aproveitamento da área externa para atividades nos finais de semana com a possibilidade de ter obras de arte ao ar livre”.
Ainda sobre o prédio histórico da Lidgerwood, a Secretaria salientou que “os recursos necessários para a restauração virão da venda do potencial construtivo do imóvel”. Para isso, completou, “a Prefeitura espera a transferência da posse do Estado para o Município”.