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Crise hídrica: Cantareira atinge perigosos 8% de capacidade e risco de apagão também aumenta
Nova cúpula dos recursos hídricos paulista reconhece a gravidade da situação (Foto Adriano Rosa)

Crise hídrica: Cantareira atinge perigosos 8% de capacidade e risco de apagão também aumenta

O Sistema Cantareira atingiu neste domingo, 7 de dezembro, perigosos 8% de capacidade em seus reservatórios. A continuar a queda diária do volume dos reservatórios, a capacidade seria de 5% no final de dezembro, indicando um caos no abastecimento público de água em 2015, na região mais rica e populosa do país. Os reservatórios das hidrelétricas também estão em situação crítica, aumentando a cada dia o risco de apagão. O número de queimadas explode na maior parte do país.

Formados pelas águas da bacia do rio Piracicaba, o Sistema Cantareira abastece metade da Grande São Paulo. Desde maio de 2014 está sendo utilizado o Volume Morto do Cantareira. Na época o volume era de 8,2% e com o acréscimo de 18,5% a capacidade passou a 26,7%. As chuvas continuaram abaixo da média histórica e desde 24 de outubro a Sabesp, que gerencia o Cantareira, passou a usar a segunda cota do Volume Morto, ou seja, 10,7%. Com isso o volume passou a 13,6%, em queda desde então.

As soluções acenadas ainda são de médio e longo prazo, como a construção do Sistema São Lourenço, que ficaria pronto em 2017. Nesta semana foi anunciado o aporte de R$ 2,6 bilhões para o São Lourenço, sendo a maior parte de recursos federais. Será uma obra com o modelo da parceria público-privada.

Outros reservatórios que abastecem a Grande São Paulo continuam em queda. O Sistema Alto Tietê chegou a 4,8% neste domingo. O Sistema Guarapiranga está em 32,0%, e o Sistema Cotia, em 29,7%.

Os reservatórios de algumas das principais hidrelétricas brasileiras também estão caindo de volume. Na sexta-feira, dia 5, os reservatórios do Sistema Interligado Nacional estavam com 24,01% de capacidade.

Até este sábado, 6 de dezembro, foram registrados 176.101 focos de queimadas no Brasil, segundo o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), representando 62% a mais do que o mesmo período em 2013. No estado de São Paulo já foram 4667 focos, 136% a mais do que no ano passado. Já é o segundo maior número de queimadas em São Paulo no século 21,  perdendo apenas para os 5194 no mesmo período em 2010.

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