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Trem Intercidades será nova plataforma para o desenvolvimento na RMC
Prefeitos Dario Saadi e Gustavo Reis, deputado Dirceu Dalben e governador Tarcísio de Freitas na assinatura do contrato de concessão do Trem Intercidades em Campinas (Foto José Pedro Martins)

Trem Intercidades será nova plataforma para o desenvolvimento na RMC

Por José Pedro Martins

Nesta quarta-feira, 29 de maio de 2024, o governador Tarcísio de Freitas assinou na Estação Cultura, em Campinas, o acordo de concessão do Trem Intercidades (TIC). Previsto para entrega em 2031, o TIC vai permitir a viagem de passageiros entre Campinas e São Paulo em pouco mais de uma hora, com 15 trens no serviço expresso. Na prática, o TIC representará uma nova plataforma de desenvolvimento para a Região Metropolitana de Campinas (RMC), pela criação de novo modal de transporte para a Região Metropolitana de São Paulo, a mais populosa e rica do Brasil. As duas regiões metropolitanas, somadas, representam mais de 20% do PIB brasileiro.

Várias autoridades participaram do evento de assinatura do contrato de concessão do TIC, que terá um investimento de R$ 14,2 bilhões, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do governo do estado e do Consórcio C2 Mobilidade sobre Trilhos (TIC Trens), vencedor da licitação para o empreendimento. Participaram da assinatura dirigentes das empresas que compõem o TIC Trens, a chinesa CRRC e a brasileira Comporte.

Entre outros, participaram da cerimônia o prefeito de Campinas, Dario Saadi, o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, André do Prado, os deputados federais Paulo Freire e Jonas Donizete e o deputado estadual Dirceu Dalben, presidente da Frente Parlamentar pela Malha Ferroviária na Alesp. Também presente o prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis, presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas.

 

 

É na quarta gestão de Reis à frente do Conselho que, portanto, a RMC entra em um novo ciclo de desenvolvimento, pela perspectiva de aprimoramento da conectividade entre as duas dinâmicas regiões metropolitanas, sede dos principais centros de ciência e tecnologia do país, em torno da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e também do maior complexo logístico do Brasil. A consolidação do mais importante ecossistema de ciência, tecnologia e inovação do país, incluindo uma gigantesca rede de startups, é um dos cenários projetados com a implantação do TIC.

Em seu discurso, inclusive, o governador Tarcísio de Freitas evidenciou que um dos propósitos do Programa São Paulo nos Trilhos, também lançado hoje em Campinas, será permitir a ligação ferroviária (por trens, metrô e VLT) entre os três grandes aeroportos localizados nas duas regiões metropolitanas: Cumbica, em Guarulhos; Congonhas, em São Paulo; e Viracopos, em Campinas. O Programa prevê investimentos da ordem de R$ 190 bilhões, segundo o governador, incluindo duas linhas de VLT recém anunciadas para Campinas, permitindo o acesso da Viracopos e também a Hortolândia e Sumaré por trilhos.

Palco da assinatura do contrato de concessão, a Estação Cultura é a nova denominação da principal estação da histórica Companhia Paulista de Estradas de Ferro, inaugurada em 1872. Depois, com a inauguração da Companhia Mogiana, em 1875, Campinas se consolidou como o principal pólo ferroviário do estado. A partir da estação central da Paulista, Campinas formatou a sua configuração urbana e se projetou como grande polo nacional de produção e exportação de café. Várias cidades da futura Região Metropolitana de Campinas, como Sumaré, se estruturaram a partir de suas estações ferroviárias

O último trem de passageiros circulou pela atual Estação Cultura em 2001. A importância histórica das ferrovias para Campinas, que completa 250 anos no próximo dia 14 de julho, foi ressaltada no evento deste dia 29 de maio pelo prefeito Dario Saadi. A concessão assinada também contempla a implantação do Trem Intermetropolitano (TIM) entre Campinas e Jundiaí e a concessão da linha 7-Rubi, entre Jundiaí e São Paulo hoje operada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Os anúncios por Tarcísio de Freitas deixaram claro que ele tende a se colocar como futuro candidato à Presidência da República no campo conservador. “O Brasil precisa voltar a andar de trem e isso deve começar por São Paulo”, afirmou.

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