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No Barco da Paz entre Chile e Peru, pelas Cidades Resilientes
Grupo de promotores da Campanha Construindo Cidades mais Resilientes que participou da viagem pelo Peace Boat (Foto Divulgação UNISDR Las Américas)

No Barco da Paz entre Chile e Peru, pelas Cidades Resilientes

Quatro dias no Oceano Pacífico, com muito aprendizado, troca de experiências e promoção da Campanha Construindo Cidades Resilientes, uma iniciativa da Agência das Nações Unidas para Redução de Riscos de Desastres (UNISDR). Entre 22 e 27 de janeiro, o promotor da Campanha no Brasil, Sidnei Furtado Fernandes, foi um dos participantes da viagem do Barco da Paz, que circulou entre Valparaíso, no Chile, e Callao, no Peru, como parte da preparação para a Conferência Mundial de Redução de Desastres, em março, no Japão. Sidnei é diretor da Defesa Civil de Campinas e também coordenador regional.

A viagem foi promovida em parceria entre a UNISDR e a ong japonesa Barco da Paz, que cedeu o navio. Durante o trajeto Chile-Peru, Sidnei e outros promotores da Campanha em vários países participaram de oficinas sobre lições derivadas do enfrentamento de desastres no Japão – como o tsunami de março de 2011 – e na América Latina nos últimos 20 anos.

Antes do embarque no Chile, um encontro com gestores e técnicos locais, com foco no sistema que o país montou para se preparar para os terremotos.  Na chegada do barco em Callao, no Perú,  foi realizado um encontro com a participação de 120 gestores e técnicos, incluindo 16 prefeitos da região de Lima, que trocaram informações com os promotores da Campanha das Nações Unidas sobre redução de riscos de desastres. Também estiveram presentes a coordenadora das Nações Unidas no Peru, Maria Luisa Silva, e representantes do Instituto Nacional de Defesa Civil (INDECI), Cruz Vermelha, empresas e outras organizações.

O foco do encontro, co-promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), foi a importância da redução de riscos de desastres para a proteção de crianças e adolescentes. Representantes da Coalizão para a Resiliência da Infância e Juventude na América Latina e Caribe (CORELAC) entregaram aos promotores da Campanha das Nações Unidas mensagens a serem apresentadas e entregues durante a III Conferência Mundial de Redução de Desastres, entre 14 e 18 de março, em Sendai, no Japão.

Promotor da Campanha Cidades Resilientes no Brasil, Sidnei Fernandes nota que um dos aspectos mais notáveis da experiência foi o consenso entre os técnicos dos vários países no sentido de que é fundamental tratar a questão de prevenção de desastres como política pública, como gestão de riscos, o que envolve vários segmentos de uma administração, seja federal, estadual ou municipal. “É cada mais clara a mudança de paradigma, da atuação na esfera da resposta a um desastre para a prevenção desse desastre, o que implica em planejamento, em organização do território”, diz ele.

É essencial, nesse sentido, completa, a construção de Cidades Resilientes, capacitadas a dar resposta a situações e cenários cada vez mais instáveis, por exemplo em função das mudanças climáticas. Dessa forma, Fernandes assinala que foi muito importante “a exposição da experiência japonesa, por exemplo, sobre como aquele país se prepara para responder a terremotos e como reagiu ao tsunami”. Se a atual crise hídrica mostra que o Brasil ainda não incorporou totalmente a cultura do planejamento, da prevenção, o promotor da Campanha das Nações Unidas entende que o país “tem avançado bem, com passos importantes na construção de sistemas de monitoramento, de prevenção, de organização”.

A Conferência Mundial no Japão, em março,  será dedicada a fazer um balanço do Marco de Ação de Hyogo (Japão), firmado em 2005 e pelo qual 168 países se comprometeram a adotar medidas para reduzir o risco de desastres até 2015.  Momento também de definição de novas medidas para avançar na redução de riscos de desastres em escala mundial, sob a bandeira do Desenvolvimento Sustentável, combate às Mudanças Climáticas e Resiliência. Sendai foi escolhida porque é uma das cidades japonesas mais atingidas pelo tsunami de março de 2011 e que já está praticamente reconstruída.

Sidnei Fernandes, promotor da Campanha no Brasil: cidades resilientes para reduzir riscos e enfrentar mudanças climáticas

Sidnei Fernandes, promotor da Campanha no Brasil: cidades resilientes para reduzir riscos e enfrentar mudanças climáticas

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