O mineiríssimo Grupo Vento Viola lança seu novo CD, “Em Nome do Vento”, no dia 10 de junho, sábado, com show às 20 horas, no Centro Cultural Casarão, em Barão Geraldo, em Campinas. Um álbum que sussurra ao pé do ouvido canções singulares que se enamoram pela dobradinha mineira: serenidade e poesia.
Nascida sob o céu de Minas Gerais, em 1999, a atual formação do Grupo Vento Viola consolidou-se entre os laços de amizade de Aidê Fernandes (voz e percussão), César Dameire (voz, viola caipira e violão requinto), Clayton Roma (voz, violão, viola e baixolão) e Lúcio Lorena(voz e percussão). Aliás, essa tem sido a marca desse grupo que levanta o estandarte da música regional brasileira: os encontros. Tanto que o primeiro disco do quarteto, batizado de Viola de Todos os Cantos (2001) e gravado em parceria com Levi Ramiro (violeiro de primeira linha e luthier), faz devoção à viola, ao violão e à voz.
Em Nome do Vento foi gravado entre 2015 e 2016, em Cristina, no Sul de Minas Gerais, em um estúdio abrigado na chácara de um dos integrantes do grupo. Para o quarteto, nasceu a partir do empenho da Família Vento Viola. “Todo mundo colaborou durante o processo. Enquanto fazíamos os arranjos e gravávamos no estúdio, os filhos e as esposas estavam nos fotografando, cozinhando à beira do fogão a lenha ou participando de alguma forma na construção das faixas. O disco foi feito por nós, feito pela disponibilidade e pela colaboração de todos”, destaca Clayton.
Por sinal, o batismo Em Nome do Vento vem justamente brindar essa forma peculiar do Grupo Vento Viola de ser e permanecer, marcada pela proximidade, pela conversa e pelo olhar nos olhos. “Essas são as nossas verdades, é o nosso jeito de ser, que tem a ver com a intuição musical, com os arranjos que também nascem de improvisos e com os encontros das histórias e das vozes de cada um dos integrantes”, reconhece César. O nome escolhido com bastante cuidado também antecipa o desejo do Grupo em lançar um terceiro álbum: Em Nome da Viola.
Sonoridade diferenciada – Ao contrário do primeiro álbum, em Em Nome do Vento o Grupo buscou extrapolar os limites da viola e do violão. A meta era única: mostrar aos ouvintes a pluralidade artística tão presente nas raízes do Vento Viola, pautada pelo domínio de inúmeros instrumentos. “O violão e a viola sempre foram a base do nosso grupo. Porém, nesse segundo disco, resolvemos mostrar a nossa ousadia em propor novos arranjos escritos para contrabaixo, guitarra, baixolão e até para violeta, instrumento criado pelo Levi Ramiro a partir de cinco cordas de nylon”, avalia Clayton.
Para tanto, o quarteto pescou do baú de composições do Vento Viola 13 canções inéditas, sendo duas de antigos parceiros, que passeiam pela inspiração de diversos ritmos da música popular, entre os quais guarânia, balada, folia e a caipira. Ao fim das contas, percebe-se que a pescaria foi bem-sucedida. “Queríamos emocionar justamente pelo encontro da poesia com arranjos bem cuidados, trabalhados e diferentes entre si, que fazem as pessoas se encantarem pela beleza da sonoridade com serenidade, fugindo das fórmulas enlatadas”, conta Lúcio.
Neste segundo álbum, o Vento Viola também convidou amigos para o estúdio. Os ouvidos atentos reconhecem novamente a participação de Levi Ramiro, na canção Louvação, de Chaplin (cantor e compositor da canção Cheiro de Minas) e ainda do Grupo Telhado, de Itajubá (MG). “Como esse grupo vem da mesma época do nascimento do Vento Viola, resolvemos convidá-lo para essa celebração. Quem escuta o disco perceberá que a participação dos integrantes não está em apenas uma música. Ao contrário, a presença de cada um deles foi distribuída ao longo de todo o CD”, relembra Aidê.
O reconhecido jogo de vocais, marca vivaz da identidade do grupo, faz-se presente em boa parte das canções do álbum. Ao ouvinte, cabe apreciar o cruzamento das vozes ou a predominância de algumas nos solos. Torna-se o diferencial. “A diferença do Vento Viola para outros quartetos está justamente em se ter uma voz que, dentro da polifonia, destoa das demais, buscando dessa forma manter um arranjo vocal elaborado, com várias linhas melódicas dentro de uma mesma canção. Essa preocupação, somada aos instrumentos, às letras e aos acordes elaborados, transforma Em Nome do Vento em um disco diversificado”, finaliza Clayton.
Show – O show Em Nome do Vento, do Grupo Vento Viola, brinda a platéia com as 13 canções do álbum homônimo recém-lançado. Entre uma canção e outra, de forma bastante descontraída, os integrantes narram histórias da época da fundação do grupo e ainda revelam curiosidades sobre algumas canções do disco. No Bis, prometem relembrar duas canções do disco Viola de Todos os Cantos: Segredo (César Dameire e Aidê Fernandes) e Reza (César Dameire). No local, o álbum Em Nome do Vento estará à venda por R$ 20.
As Canções –
Cheiro de Minas (Ronaldo Chaplin e Alexandre Buselli)
São Gonçalo do Amarante (Lúcio Lorena, César Dameire e Aidê Fernandes)
Hectares (César Dameire)
Guarani (César Dameire)
Lua e Estrela (César Dameire e Clayton Roma)
Andarilho da Noite (César Dameire e Júlio Santin)
Espera (Clayton Roma, Lucas Carneiro e César Dameire)
Contas da Lua (César Dameire)
Amominas (César Dameire e João Lúcio)
Pinho e Violeiro (Zeza Amaral, Adriano Rosa e César Dameire)
Cristais (César Dameire e Aidê Fernandes)
Atol das Rocas (César Dameire e Lúcio Lorena)
Louvação (Levi Ramiro)
Show Em Nome do Vento:
Dia 10 de junho, sábado, 20hs – Centro Cultural Casarão
Barão Geraldo – Campinas SP
Rua Maria Ribeiro Sampaio Reginato, s/n,
Bairro Terras do Barão (em frente ao bairro Vila Holândia)
Distrito de Barão Geraldo
Tel: (19) 3287-6800
Ingressos retirados no local e contribuição espontânea (no chapéu)