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Ciclo de Cinema Campineiro no MIS marcou 240 anos da cidade
MIS-Campinas, no Palácio dos Azulejos, sede da Prefeitura Municipal em 1964 (Foto José Pedro Martins)

Ciclo de Cinema Campineiro no MIS marcou 240 anos da cidade

Museu da Imagem e do Som de Campinas, no Palácio dos Azulejos

Museu da Imagem e do Som de Campinas, no Palácio dos Azulejos

História, cidade, mobilização. O Ciclo do Cinema Campineiro marcou, no Museu da Imagem e do Som (MIS), no Palácio dos Azulejos, os 240 anos da cidade. E o Ciclo começou justamente na segunda-feira, 14 de julho, o aniversário de Campinas, a partir das 19 horas, com Clássicos do Cinema Campineiro: “João da Matta”, “Bandeirante no cinema”, “O pedreiro”, “O artista” e “Dez jingles para Oswald de Andrade”.  O MIS fica na rua Regente Feijó, 859.

“João da Matta” é para muitos estudiosos o primeiro longa-metragem brasileiro. Foi produzido e rodado em Campinas. Amilar Alves era jornalista e dirigia o Grupo Dramático Benedito Otávio, do Externato São João. O filme deu início ao chamado Ciclo de Campinas, que teve ainda “Sofrer para gozar” e “A Carne”, frutos do polo cinematográfico que Ricardo Zaratini, José Carneiro e Otacílio Fagundes pretendiam montar na cidade. Mas o polo ficou somente nestas produções. “João da Matta”, baseado na peça homônima de Amilar Alves (1881-1941), teve sua estreia a 8 de dezembro de 1923, no Rink, um dos ícones culturais de Campinas infelizmente desaparecido.

Na terça-feira, dia 15, o Ciclo do Cinema Campineiro prosseguiu, também às 19 horas, com os curtas “Trilogia Toponímia” e “Henrison”, resultantes do curso de documentários 360°Campinas. “Trilogia Toponímia” documenta as Praças Carlos Gomes, Bento Quirino e Largo do Pará. “Henrison” é um tributo a Henrique de Oliveira Júnior, fundador do MIS e um dos organizadores do festival nacional de Super 8 mm sediado em Campinas nas décadas de 1970 e 1980, no Centro de Ciências, Letras e Artes.

O Ciclo encerrou na quarta, dia 16, com O Cinema da Cidade Expandida, reunindo produções sobre movimentos sociais na cidade: “Caminhos do Valença”, “Um passo de cada vez – O despertar da cidadania” e “Assembleia do Povo – O que importa é o que a gente é”. Também às 19 horas. Toda essa programação foi gratuita.

“Assembleia do Povo – O que importa é o que a gente é” é resultado de um trabalho de conclusão de curso, no Jornalismo da PUC-Campinas, orientado por Ivete Roldão, em 2009. A Assembleia do Povo foi um movimento que durou aproximadamente entre 1979 e 1986, sendo considerada uma das mais importantes mobilizações ocorridas no momento em que o pais lutava pelo fim da ditadura civil-militar. Muitos estudiosos colocam a Assembleia do Povo no mesmo patamar de relevância política das ações dos operários no ABC, que alcançaram maior repercussão. A Assembleia do Povo reunia associações de favelados e de outros bairros de periferia, com o apoio das comunidades eclesiais de base, de agentes de pastoral sintonizados com a Teologia da Libertação e jovens estudantes. Eram assembleias semanais, às sextas-feiras à noite, com votação democrática. Entre as lideranças projetadas no âmbito do movimento, o arquiteto Antônio da Costa Santos e Izalene Tiene, que viriam a ser prefeitos de Campinas.

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