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Coronavírus pelo mundo: Vozes da resistência – I (China e Alemanha)
Dalian, no Nordeste da China, onde mora Renata Menezes: ruas desertas na cidade de 7 milhões de habitantes (Foto Renata Menezes)

Coronavírus pelo mundo: Vozes da resistência – I (China e Alemanha)

Por Fábio Gallacci

Especial para a Agência Social de Notícias

Campinas, 18 de maio de 2020

Parecia algo distante, para se acompanhar apenas pelo noticiário internacional. Rapidamente, como uma onda que não encontra barreiras, a ameaça chegou às nossas cidades, bairros, portas. Passamos a enfrentar uma pandemia, o medo do desconhecido em escala global. Sair de casa virou algo arriscado. Os abraços, beijos e apertos de mãos ficaram para um futuro incerto. Tudo agora é feito obedecendo regras, movimentos calculados. Máscaras, luvas, álcool em gel agora são parte de nossa rotina e o isolamento social, até o momento em que não há uma vacina, é a forma de proteção mais eficaz. Em questão de semanas, o novo coronavírus transformou as vidas de todos no planeta e, sem qualquer compaixão, já ceifou milhares delas.

Pelos quatro cantos do mundo, um rastro de apreensões, medos e angústias. Posso ser a próxima vítima? Minha família e amigos estão protegidos? Quando poderemos nos encontrar com quem amamos? Aquilo que acabei de tocar na rua pode estar contaminado? Mas como tudo tem dois lados, em meio à quarentena muitos também compartilham pelas redes sociais doses de confiança de que tudo isso, um dia, vai passar.

A Agência Social de Notícias (ASN) abriu espaço para que pessoas de diversas parte do planeta contassem – em relatos muito pessoais e por escrito – suas experiências nesse momento tão delicado, mas que já pode ser considerado um marco da Humanidade. A época em que nunca ficamos tão isolados, mas tão conectados ao mesmo tempo. Já são meses de resistência entre quatro paredes, onde a fria internet virou ponte calorosa de solidariedade e contato. Essa troca digital de vivências nos traz uma certeza no fundo da alma: a de que nenhum inimigo microscópico poderá derrotar a esperança da raça humana.

Aplicativo de saúde, checagem de temperatura, uso de máscara: o novo cotidiano na China (Foto Renata Menezes)

Aplicativo de saúde, checagem de temperatura, uso de máscara: o novo cotidiano na China (Foto Renata Menezes)

China

Renata Menezes – Dalian

(ONDE O PESADELO COMEÇOU. AS MEDIDAS DO GOVERNO NA QUARENTENA E NA ABERTURA PROGRESSIVA. A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO E DA TECNOLOGIA. GRANDE OPORTUNIDADE PARA MUDANÇAS.)

Dados de 18 de maio de 2020,15 hs de Brasília

Dados de 18 de maio de 2020,15 hs de Brasília

“Moro sozinha na cidade de Dalian, que fica no Nordeste da China, na província de Liaoning com aproximadamente 7 milhões de habitantes (cidade pequena para os padrões chineses). A quarentena começou aqui em torno do dia 23 de janeiro e terminou por volta do dia 20 de março e os controles foram ficando mais rígidos aos poucos. No início, era uma recomendação para que as pessoas ficassem em casa, saindo apenas para atividades essenciais, fechando os estabelecimentos em geral e mantendo os considerados essenciais com horários reduzidos e controle da temperatura na entrada. Além, é claro, do quesito higiene (lavar as mãos com água e sabão com maior frequência e utilizar o álcool em gel quando a lavagem das mãos não era possível) e uso obrigatório de máscara em todos os lugares. Ainda hoje só em casa que estamos livres disso!!

Depois, com avanço do surto em todo o país:

– fecharam entradas terrestres da cidade, deixando apenas uma aberta com controle (checagem de temperatura e autorizando a entrada somente de moradores);

– maioria dos voos e trens cancelados, facilitando o controle de entrada;

– proibiram visitas em nossas casas (moradores passaram a ter um passe de entrada no seu bairro ou condomínio – para isso, muitas ruas foram fechadas; chaves de entrada em portões de condomínio passaram a não funcionar para que alguém realmente conseguisse controlar a entrada apenas de moradores);

– mantiveram apenas algumas agências bancárias abertas e com horários reduzidos;

– delegacias podiam ser acessadas apenas com agendamento (lembrando que segurança aqui não é um problema);

– atendimento médico geral por telefone para que pudessem encaminhar para os hospitais designados para cada problema e mais próximos de cada pessoa.

E lá pro final de fevereiro e início de março, com a situação do país no geral mais controlada e aqui também, restaurantes foram autorizados a abrir, mas somente para entrega ou retirada.

Entradas terrestres foram fechadas no início da crise (Foto Renata Menezes)

Entradas terrestres foram fechadas no início da crise (Foto Renata Menezes)

Lacres nas portas

Mesmo com tudo isso, essas medidas não foram extremas, pois o número de infectados na cidade foi bem baixo desde o início (zeramos os números na primeira quinzena de março: 19 infectados no total, 19 curados, nenhuma morte). Mas como vocês devem ter acompanhado: outras cidades foram ‘trancadas’, as pessoas não eram autorizadas a sair nem para fazer compras (tudo por aplicativo), quarentenas de 14 dias pra quem chegava de viagem eram controladas com lacres nas portas.

É importante frisar que cada região, cada cidade, tinha autonomia para tomar a melhor decisão baseadas na situação interna versus os estudos científicos sobre como o vírus se espalhava rapidamente.

Podemos nos colocar no lugar do outro e, quem sabe, vamos passar a julgar menos e acolher mais

E depois de aproximadamente 60 dias é que realmente as coisas começaram a funcionar. Porém, antes, definiram novo controle e regras, como por exemplo:

– uso de um aplicativo de saúde (a partir dos números de seu telefone e do documento individual, o aplicativo cruza os dados e gera um passe que indica se você pode entrar no estabelecimento ou não, baseado na informação de que você deveria ou não estar em quarentena/isolamento social por algum motivo específico);

– checagem de temperatura continua (se estiver com febre de nada vale a liberação pelo aplicativo citado acima);

– disponibilização de álcool em gel e outros produtos de higiene;

– uso de máscara (dependendo do local: empresas por exemplo) ou maior espaço entre as pessoas (caso de restaurantes)

Renata Menezes: "Estamos tendo uma grande oportunidade de sermos empáticos" (Foto Renata Menezes)

Renata Menezes: “Estamos tendo uma grande oportunidade de sermos empáticos” (Foto Renata Menezes)

Solidão, prisões e medo

No início me senti muito sozinha e entediada, principalmente por não ter muitos amigos por aqui (estava aqui há um mês quando tudo começou). Claro que senti medo, mas os controles e medidas tomadas me deixaram tranquila a ponto de sequer pensar em deixar o país por conta do surto.

O cenário de incertezas ainda me amedronta um pouco, hoje mais no quesito econômico. Todos sabemos do problema financeiro em decorrência das quarentenas. No meu caso, estou aguardando a volta às aulas para que eu possa de fato saber o que vou enfrentar e como agir.

O medo de certa forma ainda existe. A cultura aqui é muito diferente da nossa aí no Brasil. Os chineses, no geral, são muito disciplinados e, quando não são, existe o governo que faz valer o que foi decidido. Todas as tomadas de decisões implicavam em multas e até prisões por parte dos civis que não seguissem as novas regras.

O que eu queria mesmo era encontrar gente pessoalmente!

O governo também atuou no quesito econômico, liberando os empresários de taxas e impostos (inclusive de pagamentos que seriam equivalentes ao nosso INSS e planos de saúde) para que estes pudessem honrar com os pagamentos dos funcionários. Na prática, muitos (patrões e empregados) estão renegociando; autônomos vivendo de economias para poderem retomar em breve – como dizemos, cada um dando seus pulos.

E agora o pessoal voltando ao trabalho aos poucos, sentindo se podemos expandir e voltar a trabalhar no mesmo nível de antes. Todos se precavendo ainda, mesmo com o rombo na economia.

Parece-me que eles aceitam a pandemia e a crise econômica (e isso já é meio caminho andado) e estão começando a correr atrás do prejuízo. Eles são muito de ação. Vai um tempo ainda para as coisas melhorarem.

(Vídeo de Renata Menezes)

Informação contra o pânico

Crio minha rotina, pois o cenário muda diariamente. Procuro não acordar muito tarde e seguir com atividades pra ocupar a cabeça, além de cozinhar (algo que geralmente não faço muito). Já tinha o hábito de meditar, então, não só continuei como intensifiquei – pra acalmar a alma e trazer equilíbrio.

A tecnologia fez toda a diferença: chamadas de vídeo, ligações, filmes e séries, informação, cursos e trabalho online. Busco balancear as atividades de entretenimento com outras mais produtivas e um tempo pra família e amigos. Claro que em alguns dias a coisa não rola; então relaxo mais e me preparo pra ser mais disciplinada no dia seguinte. Leio informações de sites confiáveis e com visões diferentes pra que eu possa chegar as minhas próprias conclusões e não cair no sensacionalismo que poderia me levar ao pânico ou algo do tipo.

(Vídeo de Renata Menezes)

Não subestime o mal

Esse vírus realmente pode ser uma “pequena gripe” como também pode ser letal, vai depender de quem pegar (se vc é saudável, se sua imunidade está alta, se não tem diabetes/hipertensão, se não é obeso e por aí vai…).

Mas a questão é que este vírus gera uma cadeia de problemas. Ele se espalha rapidamente e muitos precisarão ser hospitalizados. No Brasil já existe dificuldade de acesso à saúde em relação a problemas, digamos, ‘normais’ para a realidade do país (dengue, surtos de meningite, cardíacos, hipertensos, etc…). Agora, com algo novo, temos condições de cuidar das pessoas que estão com o covid-19 (EPIs, respiradores, leitos de UTIs)? Enfim, os problemas ficam sobrepostos, aumentando mais e mais.

Leio informações de sites confiáveis e com visões diferentes pra que eu possa chegar as minhas próprias conclusões

A luta não é somente contra o coronavírus. Precisamos remediar porque o país não tem condições de cuidar de toda essa população doente. Infelizmente, não temos vacina ou remédio e não sabemos quando isso vai de fato terminar. Com todo esse cenário de incertezas, ainda acho melhor usar a medida que deu certo em outros países, como aqui na China: quarentena e isolamento social.

Agora é ter paciência e disciplina. Como não é fácil, busquem ajuda. Há uma rede de apoio online excelente e gratuita para contribuir com o bem estar: diminuir ansiedade, medo, frustração, ocupar a cabeça. Tentem pensar em alternativas em relação ao trabalho: crise também é oportunidade. Mas, lembrem-se, estamos em situação de estresse, então, não se cobrem muito.

(Vídeo de Renata Menezes)

‘Julgar menos, acolher mais’

Estamos tendo uma grande oportunidade de sermos empáticos. Empatia está muito em moda; mas hoje com o mundo vivendo a mesma situação (apesar de em diferentes graus) de fato podemos nos colocar no lugar do outro e, quem sabe, vamos passar a julgar menos e acolher mais.

Também acho que estamos compreendendo melhor a palavra ‘globalização’. O mundo estava achando que o problema estava aqui na China, tão longe…. Mas muitos governos esqueceram de tomar os cuidados básicos desde o início. Por que não controlaram os aeroportos? Não estou falando de fechamento de fronteira, não. poderiam ter iniciado as quarentenas com as pessoas vindas de fora. Mas essa é uma lição que espero ser aprendida por nós.

O que eu queria mesmo era encontrar gente pessoalmente!”

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ALEMANHA

Simone Colombo Maier – Bergatreute

(DISCURSO SERENO DE ANGELA MERKEL ALERTOU O PAÍS. MUDANÇA DE HÁBITOS NO CARNAVAL. RESISTÊNCIA NO COMEÇO, ADESÃO DEPOIS. ANGÚSTIA PELO BRASIL.)

Dados de 18 de maio de 2020, 15 horas de Brasília

Dados de 18 de maio de 2020, 15 horas de Brasília

“Eu moro em Bergatreute, Região de Ravensburg, no Sul da Alemanha, estado de Baden Württemberg. As pessoas aqui continuam em suas casas, saindo somente para mercados, farmácia, médicos e alguns trabalhos, raramente tem alguém na rua. Alguns fazem esportes nas florestas e áreas rurais entre as cidades. No dia 13 de março foi anunciada a parada das escolas e o fechamento de todas atividades sociais públicas. Quando as crianças ficaram de vez em casa. Nós começamos mudar os hábitos no terceiro dia de Carnaval, quando vimos as notícias do fechamento do Carnaval de Veneza. Desistimos de uma viagem e passamos a não fazer nada que antes era comum. Na minha casa moramos eu, que tenho 47 anos, meu marido Boris, de 52 anos  meus filhos Gianluca,  14, e Luise, de 8.

Por 20 anos trabalhei em hospitais e emergências com respiradores e sabia o que a pandemia significava.

Aqui as sensações foram mudando com o tempo. No início de tudo, a impressão que tínhamos era que se tratava de um vírus como a Sars (síndrome respiratória aguda grave), que parecia muito longe da nossa realidade. Com a proximidade e evolução, começou a ser desconfortável ver como iria evoluir tudo aquilo. Foi muito rápido! Quando vi o discurso da (chanceler) Angela Merkel tive certeza de que era bem grave, embora ela tenha sido muito direta. O objetivo não era o pânico, mas sim a união do coletivo.

Fui fisioterapeuta no Brasil e por 20 anos trabalhei em hospitais e emergências com respiradores. Sabia o que aquilo significava. Eu fiquei apreensiva porque sabia que o tempo diria o tamanho do perigo. Ao mesmo tempo, passei a ficar muito agoniada por conta de ter minha mãe no Brasil. A situação bloqueou a vinda dela pra cá. Quanto às crianças, tivemos muitas atividades de estudo e uma nova organização na casa.

‘Deus tem que ser brasileiro’

Temos privilégio de um quintal e a chance de poder andar na floresta. Isso faz uma grande diferença na angústia, mas é triste não poder ter a vida normal como era. Tenho sim esperança, acompanho os números e sei que aqui vai ficar tudo bem. Minha dor é no Brasil. Meu pânico é não poder ver minha mãe e as pessoas que estão por aí e o terror que pode ser. As sensações vão de desconforto, agonia, angústia, tristeza mas também de tranquilidade e esperança que tudo vai acabar! Deus agora tem que ser brasileiro!

As sensações vão de desconforto, agonia, angústia, tristeza mas também de tranquilidade e esperança que tudo vai acabar!

No início, por aqui na Alemanha,  as pessoas não deram muita importância ao problema. Depois do posicionamento do governo, as pessoas reclamaram de perder trabalho, de ser um exagero, porém, respeitar a  ordem e o coletivo é uma regra  por aqui. Houve resistência? Sim. No início, os jovens se sentiram à vontade, achando que era doença de idosos. Por isso, houve um endurecimento nas regras. Nas cidades maiores e mais ao Norte, que apresentaram maior resistência às políticas de saúde, os casos aumentaram. Então, começaram a aplicar multas de até 25 mil euros na Nordrein Westfalien. Aqui em Baden Württemberg a multa é de 1 mil euros para pessoas que desobedecem regras como viajar, estar em grupo de mais de duas pessoas não sendo da mesma família (que morem no mesmo endereço).

Estou enfrentando bem minhas rotinas, estudando com meus filhos para que os objetivos das tarefas sejam feitos diariamente e não protelados. Meu marido tem trabalhado meio período a menos. Saio sozinha de casa para ir ao mercado uma vez na semana. Procuro ir ao açougue e comprar para 15 dias, tentando deixar congelado e evitar a saída. Mas nem sempre consigo fazer isso. Muitos passaram a fazer pão em casa, os fermentos desapareceram das prateleiras.

SImone Maier: na Alemanha, justa preocupação com a situação no Brasil (Foto Simone Maier)

Simone Maier: na Alemanha, mais do que justa preocupação com a situação no Brasil (Foto Simone Maier)

Insônia pelo Brasil

O tempo passa bem rápido e o que me faz muito mal mesmo é ler as notícias do Brasil. Isso me deixa com insônia. O que está acontecendo aí no nosso país, com o presidente tomando atitudes irresponsáveis, mostra que não temos um governo sério, responsável. Os interesses coletivos não importam. É uma postura de quem representa os grandes empresários e interesses de um grupo e não o povo como um todo.

Também mostra um profundo desrespeito com a vida de todos e, em especial, com as dos idosos, pobres, negros e marginalizados em geral. Um governo totalmente despreparado, que retirou investimentos em saúde e educação sucateando algo que deveria ser prioridade. Vejo daqui que o respeito ao coletivo, à saúde ao bem comum são coisas que não existem em nenhuma fala do presidente (Jair Bolsonaro), que parece governar pra si e pra sua família e aliados.

Fiquem em casa!!! Não cedam, mesmo que todos estejam saindo.

Eu daria o seguinte recado ao povo brasileiro: Fiquem em casa!!! Não cedam, mesmo que todos estejam saindo, se protejam de todas as formas. A ciência e as estatísticas nos mostram a verdade! Não conhecemos profundamente esse vírus e suas consequências. Se vocês soubessem que poderiam ser assassinados ao colocarem a cara para fora ainda assim sairiam? Bom senso e respeito à vida! A pilha de mortos da Itália e na Europa em geral e, agora, nos EUA. Imaginem a sua cidade desaparecendo, os bairros deixando de existir.

Também diria para as pessoas não entrarem em pânico! Tenham respeito a esse vírus desconhecido e respeitem suas vidas. A ciência chegara lá, as curvas diminuirão e a vida voltará. Seja forte!!!

Valorização do básico

A maior lição que fica na minha visão e que não precisamos de muita coisa material para vivermos. Precisamos de amor, das pessoas queridas ao nosso redor, das nossas trocas, do conhecimento, da aprendizagem, de valorizar o que realmente importa, a saúde, a vitalidade. Precisamos ter limites e nos satisfazer com alegrias pequenas e singelas. Voltar a ver beleza no simples e sair do egoísmo.

A primeira coisa que eu gostaria de fazer quando tudo isso acabar seria abraçar minha mãe!  Trazê-la do Brasil, mas não sei quando isso realmente será possível, já que ela poderia vir somente no Verão por ter problemas respiratórios. Depois de um longo inverno, meus outros desejos são ir a piscina com as crianças e amigas, fazer um churrasco e abraçar pessoas queridas daqui tomar uma cerveja em paz e tranquilidade ao sol!”

Com foto de João Paulo Ramos

Com foto de João Paulo Ramos

 

 

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