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Governo de São Paulo já fala em racionamento de água e Sabesp em rodízio
Cantareira em queda livre chegou a 6,1% nesta sexta-feira (Foto Adriano Rosa)

Governo de São Paulo já fala em racionamento de água e Sabesp em rodízio

Com os reservatórios do Sistema Cantareira atingindo 6,3% de sua capacidade nesta quarta-feira, 14 de janeiro, o governador Geraldo Alckmin admitiu hoje pela primeira vez que há racionamento na Grande São Paulo. Ao mesmo tempo, o novo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, reconheceu que a empresa pode recorrer ao rodízio como medida extrema, se a crise hídrica se agravar.

“Racionamento já existe. Quando a Agência Nacional de Águas (ANA) determina que tem de reduzir a vazão do Cantareira de 33 metros cúbicos por segundo (m3/s) para 17m3/s, é óbvio que já está em restrição. Então, a medida [de sobretaxar a tarifa de água] tem legalidade”, disse o governador, logo em seguida a cerimônia de transmissão do comando da Polícia Militar.

O governador estava se referindo à decisão da juíza Simone Viegas de Moraes Leme que nesta terça-feira, dia 13, deferiu de forma parcial o pedido de liminar da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) contra multa implantada pela Sabesp a partir da quinta-feira, dia 8, para consumidores que extrapolem no gasto com a água.

Em nota oficial a Sabesp afirmou que “cumprirá, como é óbvio, a liminar”. Mas para a empresa “se trata de uma decisão divergente dos interesses difusos da maioria da sociedade. Observa-se, de um lado, uma maioria que já entendeu a gravidade da situação e que desempenha notável esforço para reduzir o consumo. De outro lado, uma pequena minoria que consome mais do que a média e que não participa do esforço coletivo em prol da preservação de uma reserva hídrica mínima, necessária para garantir o futuro atendimento das necessidades básicas da população”.

A Sabesp reconhece na mensagem que “a escassez hídrica é um fato e já causa transtornos a alguns consumidores da região metropolitana, principalmente os localizados em áreas elevadas. Lamentavelmente, não há como evitar esses transtornos enquanto perdurar a crise”.

As afirmações do governador e do presidente da Sabesp denotam uma mudança de tom em relação há algumas semanas, quando a cúpula paulista tentava minimizar os efeitos da crise hídrica. Com a continuidade de chuvas apenas irregulares, não repondo os reservatórios do Cantareira e demais sistemas que abastecem a Grande São Paulo, o cenário mudou. A Agência Social de Notícias informou na segunda-feira, dia 12, que nesta semana os gestores públicos deveriam anunciar medidas de restrição de uso da água, como forma de evitar um completo desabastecimento na região mais populosa do país. As afirmações de Alckmin e Kelman confirmam a informação. (Ver http://agenciasn.com.br/arquivos/1959)

 

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