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Região de Campinas discute ações emergenciais para enfrentar crise da água
Rio Piracicaba na semana passada: panorama de desolação, que pode se repetir ao longo do ano (Fotos Adriano Rosa)

Região de Campinas discute ações emergenciais para enfrentar crise da água

A região de Campinas, localizada nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), vai intensificar nesta semana as ações integradas visando enfrentar a histórica crise hídrica no estado. Nesta semana devem entrar em vigor as regras de restrição do uso da água nas bacias PCJ. As regras passam a ser válidas quando os reservatórios do Sistema Cantareira estiverem abaixo de 5% da capacidade. Nesta segunda-feira, 26 de janeiro, os reservatórios estão com 5,1%. Um encontro regional será realizado nesta terça, dia 27, em Americana, promovido pelo Consórcio Intermunicipal PCJ, para discutir a redução das perdas de água e o armazenamento de águas da chuva durante o Verão.

O Consórcio PCJ promove na manhã desta terça encontro do Grupo Regional de Perdas, para discutir o projeto de institucionalização de um índice regional de perdas, além de apresentar propostas de ações para a reservação de água das chuvas, buscando criar uma reserva estratégica para a estiagem 2015.

Ao final de 2014, o Consórcio PCJ iniciou entre os municípios associados pesquisa sobre o nível de perdas dos serviços de abastecimento com o objetivo de fazer um mapeamento atualizado da situação nas Bacias PCJ, com o propósito de discussão de proposta de índice comum para toda a região. Atualmente, cada município possui uma metodologia de cálculo de perdas. Com um índice regional seria possível estabelecer políticas e metas em larga escala no combate às perdas, na visão do Consórcio PCJ. Campinas, especificamente, tem investido na redução de perdas, que hoje estão abaixo de 20% no município. Na semana passada o Ministério das Cidades divulgou estudo mostrando que as perdas nas redes de água são de 37% em média no país.

Segundo o Consórcio PCJ, após o mapeamento das perdas, e conforme as análises avancem, outros dados serão solicitados aos serviços de água, como: Índice de hidrometração no município; Quantidade de hidrômetros parados ou com mais de 10 anos de uso sem manutenção; Volumes de serviço não contabilizados como: lavagem de redes, testes hidrostáticos, bombeiros, limpeza de reservatórios; Volume de água não produzido estimado (não medido); Volume estimado de áreas não regularizadas (ocupadas); entre outros.

O projeto de criação de índice regional de perdas faz parte de um convênio entre o Consórcio PCJ e a Petrobras/Replan, para atendimento do item 5.5 do Anexo I da deliberação 092/2010 dos Comitês PCJ, que prevê no “PDC 5 – Promoção do Uso Racional dos Recursos Hídricos” o provimento de apoio à campanha do Grupo Regional de Combate às Perdas e Racionalização do Uso da Água do Consórcio PCJ, para o estabelecimento de uma metodologia de cálculo do “Índice Regional de Combate às Perdas de Água nos Sistemas de Distribuição”.

A realização do estudo é uma contrapartida da Petrobras/Replan para Modernização da Refinaria de Paulínia, já realizada. A ampliação da captação de água para a Replan foi aprovada pelos Comitês PCJ com uma série de exigências. Outra das exigências, além da promoção do uso racional dos recursos hídricos, foi a elaboração de estudos para a construção de duas barragens para melhorar o abastecimento regional. São os estudos para as barragens de Pedreira e Duas Pontes, em curso.

Durante o encontro dessa terça-feira, de acordo com o Consórcio PCJ, também serão discutidas ações para promoção de armazenamento da água de chuva durante o Verão deste ano. A preocupação do Consórcio PCJ é assegurar uma reserva técnica de água para a estiagem de 2015, que deverá ser pior que a enfrentada pelas Bacias PCJ em 2014. As chuvas nesse início de ano estão ocorrendo em 50% abaixo do esperado. A entidade já produziu estudo técnico sobre o armazenamento de águas pluviais e irá encaminhá-lo aos 43 municípios e 30 empresas associados ao Consórcio.

Segundo o levantamento, além de criar uma reserva técnica, o aproveitamento destas águas pluviais também pode contribuir com a redução mensal do valor da conta de água em torno de 20%. Os projetos de aproveitamentos de águas pluviais para fins não potáveis seguem os padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 15527/2007), que estabelece diretrizes para a elaboração de projetos seguros.

Trecho do rio Atibaia, em Campinas, na semana passada: crise hídrica deve se acentuar em 2015

Trecho do rio Atibaia, em Campinas, na semana passada: crise hídrica deve se acentuar em 2015

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