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ANA limita retirada de água do Cantareira e região de Campinas se prepara para o pior
Cantareira quase secou em 2014: alerta de impacto das mudanças do clima para a região mais populosa do Brasil (Foto Adriano Rosa)

ANA limita retirada de água do Cantareira e região de Campinas se prepara para o pior

A Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) fixaram um novo limite de retirada de água do Sistema Cantareira em fevereiro, para abastecimento da Grande São Paulo. A medida foi tomada para garantir um mínimo de água no Sistema, apesar do Cantareira ter recuperado um pouco seu volume nos últimos dias em função das chuvas. Nesta sexta-feira o Cantareira está com 6,9% da capacidade, um índice ainda muito baixo para esta época do ano, lembrando que este patamar se deve ao uso de duas cotas do Volume Morto. As estimativas gerais são de estiagem forte a partir de abril.

A ANA, da esfera federal, e o DAEE, de âmbito estadual, fixaram em 7,2 milhões de m³ o limite máximo de retirada de água do Sistema Equivalente do Cantareira para o mês de fevereiro de 2015, sendo até 13,5m³/s a vazão para a Região Metropolitana de São Paulo e 2,0 m³/s a vazão média do mês para a bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). A meta de volume disponível a ser preservada no Sistema Equivalente ao final do fevereiro é de 44,7 milhões de m³, conforme consta do Comunicado Conjunto ANA/DAEE nº 242.

A limitação da retirada de água do Cantareira em fevereiro é para preservar um mínimo no Sistema, diante das estimativas de forte estiagem a partir de abril. Reunida na quarta-feira, dia 11, a equipe técnica do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) expressou a estimativa de que, a permanecer o regime atual de chuvas, as vazões de afluência e as retiradas de água do Sistema, serão necessários 100 dias para recuperar todo o volume usado da reserva técnica e colocar o Cantareira, novamente, com saldo positivo no volume útil, quando a água é possível de ser captada por gravidade, sem a necessidade de bombeamento.

No entanto, a estiagem se iniciará na metade desse tempo, portanto, a não recuperação da reserva técnica é um fato iminente. Em abril de 2014, teve início a estiagem com o Cantareira em 13,03% do volume útil.

Diante desse cenário mais severo para 2015, o secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, voltou a intensificar a orientação de reservação da água das poucas chuvas que estão ocorrendo para que a região possa sobreviver à estiagem que começará em abril. “Não podemos deixar essa água toda passar pela calha do rio e ir embora. Municípios, empresas e a comunidade devem reservar o máximo possível, seja por meio da construção de cisternas, bacias de retenção na agricultura, ou pequenos reservatórios”, reiterou durante o encontro.

Nesta sexta-feira, 13 de fevereiro, aconteceu a primeira reunião do Comitê de Gestão da Crise Hídrica na Região Metropolitana de São Paulo. Nela, o governador Alckmin reiterou que “todos esforços estão sendo feitos” para superar a crise hídrica. E prometeu que no máximo em 30 dias será apresentado ao Comitê o Plano de Contingência, prevendo ações diante do pior cenário de chuva em 2015.

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