Capa » Campinas 250 anos » Cantareira e vazão dos rios da região de Campinas voltam a cair: risco é grande
Cantareira e vazão dos rios da região de Campinas voltam a cair: risco é grande
Cantareira quase secou em 2014: alerta de impacto das mudanças do clima para a região mais populosa do Brasil (Foto Adriano Rosa)

Cantareira e vazão dos rios da região de Campinas voltam a cair: risco é grande

Depois de quase dois meses de elevação ou manutenção do volume, o nível do Sistema Cantareira voltou a cair nesta terça-feira, 28 de abril, de 20,1% para 20,0%, já considerando o uso do chamado Volume Morto ou Reserva Técnica. É um claro indício de que a estiagem historicamente verificada a partir do mês de abril começa a fazer efeito, indicando a retomada da crise hídrica e os riscos de abastecimento na Grande São Paulo e na região de Campinas, situada nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). A vazão dos rios da região de Campinas também está caindo perigosamente nos últimos dias.

A situação do Sistema Cantareira é a mais inquietante entre os sistemas que abastecem a Grande São Paulo. O Cantareira abastece quase seis milhões de moradores e o Alto Tietê, 4,5 milhões de habitantes da Grande São Paulo. Há seis dias o Alto Tietê está estacionado em 22,4% de sua capacidade.

O Cantareira também tem repercussão direta  no abastecimento de água da região de Campinas. Mesmo com as chuvas de fevereiro e março, o Cantareira está em estado crítico, operando em volume 60% abaixo do que apresentava nesse mesmo período em 2014. A tendência é de uma crise hídrica ainda mais forte do que a de 2014, considerando que já está sendo utilizado o Volume Morto do Cantareira.

O Consórcio PCJ, que reúne municípios e empresas, já manifestou a sua preocupação com as vazões de meio metro cúbico por segundo que o Sistema Cantareira está enviando, atualmente, para as bacias da região de Campinas. Caso essa vazão seja mantida, ela será insuficiente para atender a região durante a estiagem de 2015. A crise hídrica continua, portanto, e novas medidas deverão ser anunciadas pelos gestores nos próximos dias.

Enquanto isso, está sendo retomada a discussão sobre a nova outorga para a Sabesp continuar operando o Sistema Cantareira. A nova outorga deveria acontecer em 2014, mas a discussão foi suspensa em função da crise hídrica.

A vazão dos rios da região de Campinas também está caindo perigosamente nos últimos dias. Às 12h desta terça-feira, 28 de abril, a vazão do Atibaia estava em 1,99 metros cúbicos por segundo (m3/s) em Atibaia, em 5,85 m3/s na captação de Valinhos (pouco antes da captação da Sanasa para Campinas, no distrito de Sousas), em 3,36 m3/s na Estação de Desembargador Furtado e em 6,54 m3/s acima de Paulínia. Cada metro cúbico equivale a 1 mil litros de água.

O rio Jaguari, outro manancial da região de Campinas, situada nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), também está com baixas vazões. Era de apenas 0,49 m3/s em Jaguariúna. Em Cosmópolis, era de 6,19 m3/s, e em Limeira, de 8,45 m3/s.

Baixa vazão para esta época do ano também para o rio Piracicaba, formado pelos rios Atibaia e Jaguari. Era de 36.36 m3/s em Piracicaba ao meio dia de hoje. No dia 22 de março deste ano, a vazão do Piracicaba era de 267 m3/s. A média para abril é de 117,75 m3/s. Os dados são da Rede Telemétrica do Rio Piracicaba, ligada ao Sistema de Alertas a Inundações de São Paulo (SAISP).

No início de 2014 o panorama era desolador no Atibaia, em Campinas: a situação em 2015 volta a preocupar (Foto Adriano Rosa)

No início de 2014 o panorama era desolador no Atibaia, em Campinas: a situação em 2015 volta a preocupar (Foto Adriano Rosa)

Sobre ASN

Organização sediada em Campinas (SP) de notícias, interpretação e reflexão sobre temas contemporâneos, com foco na defesa dos direitos de cidadania e valorização da qualidade de vida.

Deixe uma resposta