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Erudito e popular: Picadinho da Velha apresenta Guerra-Peixe no Centro Cultural Casarão em Campinas
Picadinho da Velha: tributo a Guerra-Peixe (Foto Divulgação/Fabiana Ribeiro)

Erudito e popular: Picadinho da Velha apresenta Guerra-Peixe no Centro Cultural Casarão em Campinas

Obras do repertório de César Guerra-Peixe, um dos mais importantes compositores de música erudita (e ao mesmo tempo vanguardista) do Brasil, serão apresentadas neste domingo, 16 de agosto, a partir das 20 horas, no Centro Cultural Casarão, de Barão Geraldo, pelo Grupo Picadinho da Velha, formado por alunos e ex-alunos do curso de música do Instituto de Artes da Unicamp. O espetáculo faz parte do Projeto “César Guerra-Peixe: um compositor popular”, do campineiro Picadinho da Velha, que foi contemplado pelo ProAC como gravação de disco instrumental.

O projeto contempla apresentações em Campinas e Piracicaba. A primeira foi dia 6 de agosto, no Teatro Castro Mendes, e a segunda nesta quinta-feira, dia 13, no SESC Piracicaba. Depois de domingo, no Casarão, a próxima apresentação será dia 26 de setembro, também às 20 horas, no Auditório do Instituto de Artes da Unicamp, com as participações especiais de Nailor Proveta e Toninho Carrasqueira.

O Grupo Picadinho da Velha é composto por Chico Santana – pandeiro e percussão;  Diogo Nazareth – piano; Franco Galvão – violão sete cordas; Fernando Sagawa – saxofone; Eduardo Pereira – cavaco e bandolim. Os arranjos do Projeto “César Guerra-Peixe: um compositor popular” são de  Jayme Vignoli e a direção musical de Nailor Proveta.

Erudito popular – Nascido em Petrópolis (RJ), em 1914, Guerra-Peixe era um compositor erudito clássico, até entrar em contato com a obra de Hans-Joachim Koellreuter, quando já morava no Rio de Janeiro. Por volta de 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial e da ditadura de Getúlio Vargas, Guerra-Peixe passou então a compor com a técnica dodecafônica. A Sinfonia número 1, para pequena orquestra, foi um símbolo de seus esforços por nacionalizar a dodecafonia. A obra foi executada pela BBC de Londres.

Entre 1948 e 1950 Guerra-Peixe trabalhou como arranjador na Rádio Jornal, de Recife. O compositor queria conhecer a cultura popular nordestina e de suas pesquisas nasceu “Maracatus do Recife”, de 1955. Tornou-se, então, um grande difusor da música popular brasileira em geral e nordestina em particular, disseminando ritmos como o coco, o frevo e o xangô.

Data de 1960 a sinfonia Brasília, uma óbvia homenagem à nova capital federal, e tida como uma de suas principais obras nacionalistas. Guerra-Peixe atuou como professor em vários centros de estudos musicais, até a última etapa, na década de 1980, na Universidade Federal de Minas Gerais. Em Belo Horizonte, formou a Escola Mineira de Composição, ao lado de outros músicos, como Nelson Salomé, Dino Nugent Cole e Alina Paixão Sidney.

Tributo a Portinari, homenagem ao grande pintor de Brodósqui (SP), é uma das grandes obras orquestrais de Guerra-Peixe, que faleceu em 26 de novembro de 1993, no Rio de Janeiro.

Picadinho da Velha reúne alunos e ex-alunos do curso de música do Instituto de Artes da Unicamp (Foto Divulgação/Fabiana Ribeiro)

Picadinho da Velha reúne alunos e ex-alunos do curso de música do Instituto de Artes da Unicamp (Foto Divulgação/Fabiana Ribeiro)

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