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Homenagens ao Charlie Hebdo marcam abertura do 42º Salão de Humor de Piracicaba
Paulo Sérgio Jindelt recebendo o Grande Prêmio Troféu Zélio de Ouro em 2015 (Foto José Pedro Martins)

Homenagens ao Charlie Hebdo marcam abertura do 42º Salão de Humor de Piracicaba

Por José Pedro Martins

Uma caricatura de Jean Cabut, o Cabu do “Charlie Hebdo”, foi a grande vencedora do 42º Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Assinada pelo brasileiro Paulo Sergio Jindelt,  a caricatura ganhou em sua categoria e também o Grande Prêmio Troféu Zélio de Ouro. A cerimônia oficial de abertura do Salão, no Teatro Municipal Erotides de Campos do Engenho Central, foi marcada por várias homenagens aos artistas mortos no atentado ao jornal satírico francês, em 7 de janeiro deste ano. “Balas não matam ideias”, disse o presidente do Conselho Consultivo do Salão, Adolpho Queiroz, resumindo o sentimento geral da noite, de defesa da liberdade de expressão.

Cabu, por Paulo Sergio Jindelt

Cabu, por Paulo Sergio Jindelt

“É lamentável e inadmissível que a resposta a ideias seja um atentado e não outras ideias”, completou Luiz Gê, o presidente do Júri deste ano do Salão, que tem duas mostras em homenagem ao “Charlie Hebdo”. Duas mostras paralelas, expostas no Armazém 09 do engenho,  estão diretamente relacionadas aos mortos no massacre ocorrido em Paris. Uma, “Um desenho para Charlie”, reúne charges de artistas de vários países, sobre a tragédia na capital francesa. Outra é um tributo específico a Georges Wolinski, um dos oito membros da equipe do jornal assassinados.

Paulo Sergio Jindelt e sua caricatura vencedora

Paulo Sergio Jindelt e sua caricatura vencedora

O grande vencedor da noite, Paulo Sergio Jindelt, disse que recebeu “com muita dor” a notícia do atentado em Paris no início do ano. Ele se disse “muito honrado” por ter a sua caricatura de Cabu premiada no Salão.

Outros vencedores – Os premiados em cada uma as categorias recebem R$ 5 mil. Entre os cartuns, o vencedor foi o ucraniano Igor Kondenko. Receberam menções honrosas Konstantin Kazanesky, também da Ucrânia, Andrey Popov, da Rússia, e Atefeh Yaryan, do Irã. O vencedor na categoria charges foi Angel Boligan Corbo, cubano radicado no México. Menções honrosas na categoria foram para o italiano Marco de Angelis e o belga Ludo Goderis.

O brasileiro Rafael Corrêa foi o vencedor na categoria tiras/histórias em quadrinhos. As menções honrosas foram para os também brasileiros Daniel Dias Lafayette e Anderson de Oliveira Delfino e o iraniano Ali Miraee. O prêmio temático Corrupção acabou nas mãos de artistas brasileiros. Carlos Alberto Paes de Oliveira foi o grande vencedor. Rafael Corrêa e Paulo Sérgio Jindelt receberam menções honrosas.

Exposição sobre Wolinski também faz referência ao massacre em Paris

Exposição sobre Wolinski também faz referência ao massacre em Paris

Outras premiações especiais foram concedidas. O Prêmio Câmara Municipal de Piracicaba, exclusivo para caricaturas, foi para o brasileiro Lézio Custódio Junior. Outro brasileiro, Laerte Silvino, foi o vencedor do Prêmio Águas do Mirante. O indiano B.V. Panduranga Rao foi o ganhador do Prêmio Saúde Unimed.

O vencedor do Prêmio Júri Popular Alceu Marozzi Righetto será escolhido por votação eletrônica. Mais informações podem ser obtidas no site oficial do Salão: www.salaointernacionaldehumor.com.br

Outras menções honrosas foram concedidas, ao uruguaio Pablo Lopez, o iraniano Nasrin Abdosheykhi, o brasileiro Sergio Gonçalves Brito e o peruano Walter Toscano.

Exposição de Luiz Gê é um dos destaques entre as paralelas deste ano

Exposição de Luiz Gê é um dos destaques entre as paralelas deste ano

O júri de premiação foi composto pelos cartunistas brasileiros Luiz Gê e Laerte Coutinho e as cartunistas Nani Mosquera, da Colômbia, e Cristina Sampaio, de Portugal, além do professor da Universidade Mackenzie, Alexandre Huady, o presidente do Conselho Consultivo do Salão, Adolpho Queiroz e o secretário de Estado da Cultura, Marcelo Mattos Araújo.

Atentado – Jean Cabut, o Cabu, para muitos era o principal cartunista francês. Nascido em Túnis, na Tunísia, Georges Wolinski era outro grande nome do cartunismo e dos quadrinhos franceses. Outros membros da equipe editorial do Charlie Hebdo mortos foram os cartunistas Charb, Tignous e Honoré, o economista Bernard Maris, a colunista Elsa Cayat e Mustapha Ourrad. Outras vítimas foram o editor Michel Renaud e Frédéric Boisseau. Dois policiais também morreram no massacre.

Mostra com trabalhos sobre o atentado em Paris

Mostra com trabalhos sobre o atentado em Paris

 

 

 

 

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