Tiveram início nesta terça-feira, dia 16 de fevereiro, as obras de interligação entre as represas Jaguari, na bacia do rio Paraíba do Sul, e Atibainha, que faz parte do Sistema Cantareira. A expectativa da região de Campinas-Piracicaba, localizada nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), é a de maior facilidade em receber águas do Cantareira, que passará a ter maior alimentação com as águas do Paraíba do Sul.
A interligação entre as duas represas envolverá uma adutora de 13,4 km e túnel de 6,2 km. A previsão é de que serão acrescentados ao Sistema Cantareira até 8,5 metros cúbicos por segundo, com estimativa de vazão média de 5,13 m3/s, ou mais de 5 mil litros de água por segundo, quantidade equivalente a pouco mais que o abastecimento de “uma Campinas”.
O governo paulista espera estar aumentando a segurança hídrica no Sistema Cantareira, que em maio de 2014 passou a usar o Volume Morto para garantir a continuidade do abastecimento de cerca de metade da Grande São Paulo, além da transferência de águas para as bacias PCJ.
As águas do Cantareira são retiradas na bacia do rio Piracicaba, mas o conjunto das bacias PCJ sempre ficou com uma pequena parcela do volume represado no Sistema. Atualmente, mesmo com as fortes chuvas do Verão de 2015 e 2016, que elevaram o volume do Cantareira, para 18,9% do volume útil, as bacias PCJ continuam recebendo um volume reduzido do Sistema. Desde o dia 1 de junho de 2015, a vazão média liberada para as bacias PCJ desde o Cantareira é de 1,46 metros cúbicos por segundo, segundo a Sala de Situação da Agência Nacional de Águas (ANA).
A renovação da outorga para a Sabesp continuar gerenciando o Cantareira, que expirou em agosto de 2014, foi transferida para outubro de 2015 em função da crise hídrica e novamente adiada para maio de 2017. Como parte da discussão existe o polêmico projeto de duas represas, nos rios Jaguari e Camanducaia, em Pedreira e Amparo, propostas com a justificativa de “aumentar a segurança hídrica nas bacias PCJ”.