Por José Pedro Soares Martins
A reunião de 2019 de Davos, onde se encontra a elite política e econômica do mundo, comprovou que as desigualdades aumentam em todo planeta e no Brasil não é diferente. Um relatório divulgado pela Oxfam durante o encontro na estação suíça de esqui mostrou como o incremento das desigualdades acontece desde a grande crise financeira de 2008. Em uma década, segundo o relatório “Bem público ou riqueza privada?” (aqui), o número de bilionários quase dobrou, indo de 1.125 para 2.208 em 2018, ano em que o Brasil contabilizava 42 bilionários, com riqueza total de US$ 176,4 bilhões.
Segundo a Oxfam, a fortuna dos bilionários do mundo cresceu 12% em 2018 (US$ 900 bilhões), ou US$ 2,5 bilhões por dia, ao mesmo tempo que a metade mais pobre do planeta (3,8 bilhões de pessoas) teve sua riqueza reduzida em 11%. Ainda conforme a organização humanitária internacional, a parcela de 1% mais rica da América Latina e Caribe concentra 40% da riqueza da região.
A Oxfam levou para Davos uma agenda de maior taxação das grandes fortunas. Nos cálculos da organização sediada em Londres, uma taxa extra de apenas 0,5% sobre a riqueza dos bilionários que fazem parte do 1% mais rico do planeta “arrecadaria mais do que o suficiente para educar as 262 milhões de crianças que estão fora da escola hoje no mundo, e também providenciar serviços de saúde que poderiam salvar a vida de mais de 3 milhões de pessoas”.
O que ocorre hoje, argumenta a Oxfam, é uma distorção no pagamento de impostos. “Em países como o Brasil e o Reino Unido, os 10% mais pobres estão hoje pagando uma proporção maior de impostos do que os 10% mais ricos”, protesta a organização, no relatório “Bem público ou riqueza privada?”.
No final de 2018, outro relatório da Oxfam, “País estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras”, ratificou a volta do aumento das desigualdades no Brasil, como mostrou a Agência Social de Notícias (aqui).
(32º artigo da série DDHH Já, sobre os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos no cenário brasileiro. No 1º dia do mês de fevereiro de 2019, o artigo corresponde ao Artigo 1: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos)