Conflitos entre Estados, com consequências regionais, e eventos climáticos extremos são os grandes riscos globais em 2015 segundo o Fórum Econômico Mundial, divulgado nesta quinta-feira, 15 de janeiro, em Davos, na Suíça. Este é o décimo ano em que o Fórum divulga o relatório de Riscos Globais, e a primeira vez que conflitos internacionais lidera o ranking de riscos. Por outro lado, é o segundo ano consecutivo em que eventos climáticos extremos aparece em segundo lugar no ranking. Uma crise global da água preocupa muito o Fórum, que terá sua sessão anual, com a presença de chefes de Estado, grandes empresários e artistas, a partir da próxima semana.
Questões institucionais realmente estão preocupando os analistas consultados pelo Fórum Econômico Mundial. Em terceiro e quarto lugares no ranking de riscos globais apareceram “falhas na governança nacional” e “Colapso ou crise de Estados”. Em quinto lugar figurou “Alto desemprego ou subemprego estrutural”. Ou seja, as questões econômicas não estão no topo da lista, como aconteceu de 2007 a 2014.
“A disputa pela Criméia em março de 2014 serve como um lembrete contundente das consequências de conflitos interestatais com consequências regionais que pareciam há muito esquecidos e insondáveis”, observa o documento. “Da mesma forma, um conjunto de outros eventos em 2014, como o aumento de destaque do Estado Islâmico, trouxe o colapso do Estado e o fracasso da governança nacional de volta à consciência pública”. O relatório também cita os riscos relacionados com a saúde, como as pandemias, a exemplo da propagação sem precedentes de Ebola.
A respeito das questões ambientais, o relatório do Fórum Econômico Mundial afirma que há “muita preocupação, e pouco progresso”. O documento destaca o provável agravamento da crise da água e explica os motivos: “A demanda global de água 40% até 2030. A Agricultura já representa, em média, 70% do consumo total de água e, de acordo com o Banco Mundial, a produção de alimentos terá de aumentar em 50% até 2030 enquanto a população cresce e os hábitos alimentares mudam. A Agência Internacional de Energia indica que a demanda de água para atender às necessidades de geração de energia aumentarão em 85% até 2035″.