Nesta sexta-feira, 16 de janeiro, a agência NOAA (Administração Nacional de Oceano e Atmosfera) dos Estados Unidos confirmou que 2014 foi o ano mais quente da história moderna, ou seja, desde 1880, quando começaram as medições regulares de temperatura. Esta possibilidade já havia sido informada no dia 8 de janeiro pela Agência Social de Notícias. (http://agenciasn.com.br/arquivos/1919) A Organização Meteorológica Mundial (OMM) já havia indicado a possibilidade de 2014 ser o mais quente da história moderna, apontando a seca em São Paulo como um dos sintomas. Os reservatórios do Cantareira estão em 6,1% nesta sexta-feira.
Segundo a NOAA, a temperatura média do planeta esteve em 0,69 graus centígrados acima da média do século 20. Os anos mais quentes anteriormente tinham sido 2005 e 2010, com 0,04 C.
A possibilidade de que 2014 fosse o ano mais quente já medido tinha sido apontada, também, pela Agência Meteorológica Japonesa, com base em dados preliminares que deveriam ser ratificados pela agência NOAA, o que aconteceu hoje.
De acordo com a Agência Meteorológica Japonesa, a anomalia da área temperatura média anual global em 2014 (isto é, a média da temperatura do ar próximo à superfície da terra) foi em + 0,27 ° C superior à média 1981-2010 (+ 0,63 ° C a mais do que a média do século 20), sendo a mais quente desde 1891, quando começaram os registros meteorológicos.
Pela metodologia utilizada, os cinco anos mais quentes desde 1891 foram 2014 (+ 0,27 ° C), 1998 (+ 0,22 ° C), 2013 (+ 0,21 ° C) , 2010 (+ 0,20 ° C) e 2005 (+ 0,17 ° C). Ou seja, todos os anos mais quentes foram registrados desde o final da década de 1990, possivelmente refletindo o impacto do aquecimento global.
Seca em São Paulo – No início de dezembro passado, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou comunicado provisório sobre o clima em 2014, destacando que provavelmente o ano seria o “mais quente já registrado”, dependendo das últimas informações que seriam processadas, o que deve acontecer nos próximos dias.
Segundo a OMM, a temperatura média até outubro de 2014 tinha sido superior em aproximadamente 0,57 graus centígrados (1,03 grau Fahrenheit) à média de 14,00 C (57,2 F) para o período de referência 1991-1990, e em 0,09 C (0,16 F) à média dos últimos dez anos (2004-2013).
O secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, afirmou na ocasião que “devido às emissões de gases de efeito estufa sem precedentes e a sua concentração na atmosfera, o planeta se vê diante de um futuro incerto e, provavelmente, inóspito”.
Entre os impactos das temperaturas elevadas em 2014, a OMM citou “a situação de seca grave, com importantes déficits hídricos” em parte do Leste do Brasil e região central do país. “A cidade de São Paulo tem sido particularmente afetada, com a ocorrência de uma severa escassez de suas reservas de água”, afirma o comunicado.
A Organização Meteorológica Mundial também citou, entre outros eventos extremos em 2014, a seca em áreas do Oeste dos Estados Unidos e em zonas da Califórnia, Nevada e Texas, onde as precipitações foram menores em 40% do que a média 1961-1990; seca também no Canadá no início do ano; a ocorrência de 72 tormentas tropicais, menos do que a média de 89 no período 1981-2010; e chuvas na costa Pacífica do Oeste do Japão, em agosto, superiores em 301% às normais.